
A ausência de dor, um alívio ilusório que esconde graves perigos para a saúde e o bem-estar.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
A insensibilidade congênita à dor, também chamada de analgesia congênita, é uma condição genética extremamente rara que impede os portadores de sentirem dor física. Apesar de parecer vantajosa à primeira vista, essa condição representa um sério risco à vida, pois a dor é um importante mecanismo de alerta do corpo para lesões, infecções e outros problemas graves.
Essa doença é causada por mutações genéticas, como a do gene SCN9A, que afeta a transmissão dos sinais de dor do sistema nervoso periférico para o cérebro. Os sintomas aparecem desde o nascimento e incluem ausência de resposta a cortes, fraturas, queimaduras ou outras lesões que, em pessoas saudáveis, provocariam dor. Em crianças, sinais como mordeduras nos lábios, quedas frequentes e lesões não percebidas podem levantar suspeitas de familiares e médicos.
O diagnóstico é realizado por meio de exames clínicos, neurológicos e genéticos. Não existe cura, e o tratamento envolve monitoramento constante para evitar lesões e infecções, além de cuidados multidisciplinares com apoio de médicos, terapeutas e cuidadores.
O número de casos documentados é extremamente pequeno, com registros limitados em todo o mundo. Ainda assim, a condição destaca a importância da dor como um mecanismo essencial para a sobrevivência, lembrando-nos de que sua ausência pode ser tão perigosa quanto sua presença excessiva.
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