Ex-presidente reforça apoio parlamentar e diz não temer denúncia da PGR
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A anistia dos presos do 8 de Janeiro se tornou a principal pauta da oposição ao governo Lula. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na última terça-feira (18) que a Câmara já tem votos suficientes para aprovar a medida e que o Senado também caminha na mesma direção.
Durante um almoço com senadores do Bloco Vanguarda, Bolsonaro mencionou conversas que teve com parlamentares e destacou o posicionamento do PSD, partido com a maior bancada no Senado. “Hoje, o que eu sinto, conversando com parlamentares, como os do PSD, é que a maioria votaria, é favorável [à anistia] e acho que na Câmara já tem quorum para aprovar”, disse.
O ex-presidente também criticou as penas aplicadas aos condenados e citou um caso que considerou emblemático. “Imagine você ir dormir e acordar sem o filho do lado? [Hugo Motta, presidente da Câmara] recebeu aquela senhora com 6 filhos. O mais velho de 10 [anos], o mais jovem de 10 meses, cujo marido condenado a 14 anos está foragido, talvez esteja na Argentina. Aí eu te pergunto, essa punição é justa? Essa dosimetria é justa? 14? 17 anos de cadeia?”, questionou.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, já havia manifestado preocupação com as sentenças aplicadas aos envolvidos nos atos de 2023. No início de fevereiro, ele afirmou que houve um “desequilíbrio” nessas condenações e declarou que, em sua visão, não houve tentativa de golpe.
Bolsonaro reage à denúncia da PGR
A possibilidade de uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro também foi comentada pelo ex-presidente. Ele ironizou a acusação e disse que a narrativa de golpe não se sustenta. “Estou aguardando. A frase mais emblemática, um amigo que deixei em Israel ligou para mim e falou o seguinte: que golpe é esse que o Mossad [inteligência de Israel] não estava sabendo? Acho que resume tudo que está acontecendo”, afirmou.
Questionado sobre um possível temor diante das acusações, Bolsonaro respondeu de maneira direta. “Olha para a minha cara, o que tu acha? Eu não tenho nenhuma preocupação com as acusações, zero”.
A legislação eleitoral também foi alvo de críticas do ex-presidente, que apontou favorecimento da esquerda em decisões recentes. “Olha, a Dilma foi cassada aqui. O Lula, tiraram da cadeia. Anularam os 3 processos e disputou a eleição. Olha, Sérgio Cabral está elegível. O que eles me fizeram? O que eu fiz? Justifica me tornar inelegível por me juntar com embaixadores? Dois meses antes, o Fachin se juntou com os embaixadores”, disse.
O PL propôs mudanças na legislação que podem beneficiar Bolsonaro, atualmente inelegível até 2030. Enquanto a oposição se mobiliza para aprovar a anistia e corrigir distorções no cenário político, o ex-presidente segue reafirmando que não teme as investidas do governo contra ele.
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