
Organização criminosa movimentou R$ 5 milhões em um ano e usava empresa de segurança como fachada.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A Polícia Civil do Rio de Janeiro, por meio da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), revelou um esquema milionário de lavagem de dinheiro operado pelo ex-policial do Bope Ronny Pessanha de Oliveira e sua mãe, Elaine da Silva Pessanha. A investigação apontou que a dupla movimentou R$ 5 milhões em um ano por meio de uma empresa de segurança usada como fachada para atividades criminosas, incluindo extorsão e exploração de moradores na Muzema, zona oeste do Rio.
Empresa-fantasma usada para ocultação de dinheiro ilícito
A empresa envolvida no esquema, chamada Skull 47, não possuía funcionários cadastrados nem presença online. As investigações apontam que depósitos suspeitos em sua conta bancária somaram quase R$ 600 mil em apenas dois meses, sendo a principal evidência da lavagem de dinheiro.
A polícia acredita que os valores eram provenientes de cobranças ilegais por segurança na Muzema e da expulsão forçada de moradores de imóveis na região, controlada por milicianos. Além disso, transferências financeiras da empresa foram rastreadas para áreas como Vidigal, Cruzada São Sebastião e o Complexo da Penha, reforçando as conexões do grupo com facções criminosas.
Ostentação e vida de luxo financiada pelo crime
Apesar de atuar oficialmente como empresário do setor de segurança, Ronny Pessanha levava uma vida de alto padrão. Durante as investigações, a polícia apreendeu uma McLaren GTS 2020, avaliada em R$ 3 milhões, além de outro veículo de luxo, no valor de R$ 300 mil, registrado no nome de sua mãe, Elaine.
A ostentação de bens incompatíveis com os rendimentos declarados reforçou as suspeitas de que Ronny utilizava a empresa para ocultar ganhos ilícitos.
Laços com o Comando Vermelho e atuação na zona oeste
As investigações também revelaram que o ex-policial mantinha relações estreitas com traficantes do Comando Vermelho, treinando junto a eles para enfrentar facções rivais e operações policiais. Além disso, Ronny coordenava atividades criminosas na zona oeste do Rio, onde mantinha conexões com pontos de venda de drogas.
A polícia apontou que, apesar de sua ligação com o Comando Vermelho, Ronny já havia sido preso em 2024 por suspeita de envolvimento com milicianos em Rio das Pedras. Seu histórico demonstra uma atuação dupla no crime, transitando entre diferentes grupos criminosos.
Histórico policial e prisão do ex-Bope
Ronny Pessanha foi expulso do Bope em 2023 e, desde então, passou a atuar integralmente no crime. Ele já havia sido preso em 2024 e, agora, sua nova prisão em março de 2025 faz parte de uma operação que busca desmantelar seu esquema criminoso.
Mãe do ex-policial segue foragida
Enquanto Ronny foi capturado, a polícia segue na busca por sua mãe, Elaine da Silva Pessanha, que continua foragida. As autoridades trabalham para determinar o montante total de dinheiro movimentado pela Skull 47 e rastrear outros esquemas de ocultação patrimonial.
A investigação segue em andamento e novas prisões não estão descartadas.
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