Mesmo com dores intensas ligadas ao atentado de 2018, ex-presidente fez questão de dar início à agenda no Nordeste antes de ser levado a hospital em Natal.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA
Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, voltou a enfrentar uma batalha contra as consequências físicas do ataque que quase lhe tirou a vida em 2018. Durante uma viagem pelo interior do Rio Grande do Norte nesta sexta-feira (11), o ex-presidente sofreu uma crise abdominal intensa e precisou de atendimento médico emergencial.
Segundo aliados, Bolsonaro mal dormiu e já acordou reclamando de dores.
Mesmo assim, recusou-se a suspender compromissos e fez questão de participar da primeira parada da caravana “Rota 22”, projeto do PL que busca unir e fortalecer lideranças conservadoras pelo Brasil.
O ex-ministro Gilson Machado, que estava ao lado de Bolsonaro durante a viagem, revelou que ainda de madrugada buscou orientação médica, mas o ex-presidente, firme em seu propósito, preferiu manter o compromisso e seguir para o primeiro evento do dia, mesmo com os sintomas. Entre o primeiro e o segundo destino da rota, a dor se agravou e Bolsonaro teve que ser levado ao hospital de Santa Cruz.
Ao chegar à unidade, seu quadro chamou atenção da equipe médica.
“Ele deu entrada com muita dor abdominal, abdômen bem distendido. Os sinais vitais todos estáveis”, contou o médico Evandro Carvalho. A prontidão no atendimento foi essencial: “Prontamente, a gente já preparou a equipe do hospital, com todos os profissionais.”
Após medicação, o alívio veio. “Ele saiu bem e a dor que ele deu entrada, que era bem forte, tinha cessado, praticamente, 90%.” Mesmo com a melhora, os médicos decidiram pela transferência a Natal, para que o ex-presidente pudesse ser acompanhado com mais recursos.
Bolsonaro chegou ao Hospital Rio Grande pouco depois das 11h20 e deve passar por uma lavagem intestinal.
Carlos Bolsonaro, seu filho, confirmou as dores abdominais e explicou o que ocorreu: “Mesmo assim, iniciou suas atividades e, no percurso, não aguentando mais as dores, foi levado ao hospital de Santa Cruz (RN), onde foi avaliado com reflexos de aderências (consequências permanentes da facada que sofreu) e, então, foi sedado para exames.”Ainda segundo ele, o pai “está acordado e lúcido.”
A agenda do dia, que incluía outras duas cidades, foi cancelada. O “Rota 22” tinha no RN seu ponto de partida, e deve continuar nos próximos meses como parte da articulação da direita para as eleições de 2026.
O senador Rogério Marinho (PL-RN) acompanha de perto os passos da comitiva.
O PL se manifestou por nota: “O presidente Jair Bolsonaro precisou interromper sua agenda em Natal (RN), onde estava para divulgar o Projeto Rota 22, após sentir fortes dores abdominais em decorrência da facada sofrida em 2018. Ele deu entrada na emergência de um hospital em Santa Cruz (RN) e precisou ser transferido de helicóptero para a capital, Natal, onde continuará recebendo atendimento médico”. E concluiu: “O Partido Liberal está profundamente consternado com o ocorrido e mantém suas orações pela plena recuperação do presidente Bolsonaro, confiando em Deus para que ele supere mais esse momento difícil”.
Mesmo diante da dor, Bolsonaro não abriu mão de sua missão. Aos olhos de seus apoiadores, permanece como símbolo de resistência — alguém que, mesmo ferido, segue na linha de frente pelo Brasil que acredita.
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