
Mandados são cumpridos em três cidades; servidores públicos e um médico estão entre os investigados por desvio de R$ 9 milhões do programa assistencial.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (10), uma nova fase da Operação Ataktos, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de fraudar o Benefício de Prestação Continuada (BPC-Loas), destinado a pessoas idosas em situação de vulnerabilidade, especialmente imigrantes venezuelanos no estado de Roraima.
De acordo com as informações repassadas pela PF, a ação desta fase ocorreu simultaneamente nos municípios de Boa Vista, Bonfim e Cantá, onde foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal.
Esquema envolvia falsificação de dados e participação de agentes públicos
As investigações apontam que o grupo criminoso atuava mediante a falsificação de documentos e o fornecimento de informações fraudulentas para garantir a concessão irregular do BPC-Loas, benefício voltado a idosos de baixa renda ou pessoas com deficiência que comprovem necessidade econômica.
Segundo a PF, o esquema contou com o envolvimento de pelo menos 14 pessoas, incluindo servidores públicos e um médico, que teriam facilitado o acesso indevido aos valores do programa social, violando normas legais e administrativas.
Em decisão judicial, foi determinado o bloqueio de bens e valores dos investigados, totalizando cerca de R$ 9 milhões, valor correspondente ao possível montante desviado dos cofres públicos por meio das fraudes.
Investigações continuam e outros envolvidos podem ser identificados
A Polícia Federal informou ainda que as apurações prosseguem para avaliar a extensão completa das fraudes praticadas e identificar outros possíveis participantes do esquema criminoso. O objetivo é recuperar os valores desviados e responsabilizar todos os envolvidos, conforme a legislação penal e administrativa vigente.
A operação recebeu o nome de “Ataktos”, termo de origem grega que significa “desordenado” ou “sem disciplina”, em alusão à conduta ilícita e desorganizada praticada pelos suspeitos em detrimento das regras do sistema de assistência social brasileiro.
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