
Operação desarticula organização criminosa que teria movimentado milhões com lavagem de dinheiro, fraudes fiscais e evasão de divisas.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Um empresário do Rio Grande do Sul foi preso nesta terça-feira (8), durante uma operação deflagrada pela Polícia Federal para desmantelar uma organização criminosa especializada em fraudes no mercado de acessórios para celular. A ação contou com o apoio da Receita Federal e da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), e teve como alvo um grupo empresarial que teria causado um prejuízo de aproximadamente R$ 28 milhões aos cofres públicos brasileiros.
Segundo as autoridades, o investigado é apontado como líder de uma rede de mais de 60 unidades franqueadas, que atuavam como fachada para crimes como lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, descaminho, contratação de empréstimos fraudulentos e evasão de divisas.
As investigações tiveram início em novembro de 2023, após o rastreamento de importações feitas com notas fiscais suspeitas. A apuração revelou que os produtos comercializados pelas lojas do grupo — principalmente acessórios eletrônicos — eram introduzidos no país por meio de esquemas de sonegação, com registros fiscais falsificados e pagamentos realizados através de um sistema clandestino operado por doleiros, que viabilizavam transações sem controle oficial e ocultavam a origem dos recursos.
Grande parte das franquias estava formalmente registrada em nome de “laranjas”, o que permitia ao verdadeiro líder do grupo ocultar patrimônio e se blindar de responsabilidade sobre as dívidas fiscais e judiciais. Enquanto isso, os supostos franqueados assumiam os riscos legais e financeiros em nome de uma estrutura que operava sob controle centralizado e sofisticado.
Durante o cumprimento das ordens judiciais, foram executados 22 mandados judiciais, sendo 21 de busca e apreensão e 1 de prisão preventiva, nas cidades de Pelotas, Porto Alegre e São Paulo. Cerca de 80 agentes federais participaram da operação. Também foram determinadas medidas cautelares, como o bloqueio de contas bancárias, sequestro de imóveis e veículos de luxo, e a apreensão dos passaportes dos investigados.
A Polícia Federal informou que a ação representa um duro golpe contra o crime financeiro estruturado, que se utiliza de mecanismos empresariais aparentemente lícitos para cometer fraudes de grande escala. O caso segue em sigilo e novas fases da investigação não estão descartadas.
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