Gastos em alta, dívida crescente e juros elevados empurram o Brasil para um rombo fiscal histórico
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caminha para concluir seu mandato com o pior resultado fiscal agregado desde a criação do Plano Real, em 1994. Projeções econômicas indicam que o déficit nominal médio ao longo do período entre 2023 e 2026 deverá atingir patamar recorde, superando todos os governos anteriores da era da estabilidade monetária.
O déficit nominal — que inclui não apenas a diferença entre receitas e despesas, mas também o custo dos juros da dívida pública — vem sendo impulsionado por uma combinação de gastos elevados, crescimento acelerado do endividamento e juros persistentemente altos. Esse cenário tem deteriorado a trajetória das contas públicas e ampliado o risco fiscal do país.
Déficit elevado e trajetória preocupante
Estimativas apontam que o rombo acumulado nas contas do governo federal pode alcançar níveis próximos a 9% do Produto Interno Bruto (PIB) ao longo do mandato. Trata-se de um patamar superior ao observado em períodos de crise severa, incluindo momentos de forte retração econômica.
Mesmo com crescimento pontual da arrecadação, o ritmo das despesas tem se mantido acima da capacidade estrutural do Estado, o que impede a reversão do desequilíbrio fiscal. A consequência direta é a necessidade crescente de financiamento da máquina pública por meio de endividamento.
Dívida pública e custo dos juros
A dívida pública brasileira já se aproxima de R$ 9 trilhões, representando uma fatia elevada do PIB. Com isso, o pagamento de juros passou a consumir parcela cada vez maior do orçamento federal, reduzindo o espaço para investimentos em áreas essenciais como infraestrutura, segurança, saúde e educação.
O aumento do custo da dívida não afeta apenas o governo. Ele pressiona o sistema financeiro, encarece o crédito para empresas e famílias e limita o crescimento econômico, criando um ciclo de baixo investimento e alto custo fiscal.
Gastos elevados e ausência de ajuste estrutural
Especialistas em contas públicas apontam que a atual trajetória é resultado da expansão contínua das despesas obrigatórias, da resistência a reformas estruturais e da dificuldade em implementar um controle efetivo dos gastos. Medidas pontuais de arrecadação não têm sido suficientes para compensar o avanço das despesas permanentes.
Sem um ajuste profundo na estrutura do Estado, o desequilíbrio tende a se perpetuar, transferindo o custo da má gestão fiscal para os próximos governos e para a sociedade.
Riscos para o futuro econômico
O cenário projetado para o fim do mandato de Lula levanta alertas sobre a sustentabilidade das contas públicas a partir de 2027. Caso a trajetória não seja revertida, o país poderá enfrentar novas pressões por aumento de impostos, cortes abruptos de gastos ou perda de credibilidade fiscal, com reflexos diretos sobre inflação, juros e crescimento.
O avanço do déficit e da dívida reforça o debate sobre responsabilidade fiscal e a necessidade de políticas que priorizem equilíbrio orçamentário, eficiência do gasto público e respeito aos limites do Estado.
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