Dólar dispara e Bolsa recua em meio a crises geopolíticas e decisões do Banco Central

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 A moeda americana fecha em R$ 5,734, a maior cotação desde 2021, enquanto o índice acionário recua devido a incertezas externas e decisões monetárias internas.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA

O dólar encerrou o dia em alta de 1,43%, cotado a R$ 5,734 nesta quinta-feira (1°). A valorização da moeda foi impulsionada pelo aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio e pelas decisões dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos sobre juros.

Essa cotação é a mais alta desde 21 de dezembro de 2021, quando o dólar fechou a R$ 5,739. No acumulado de 2024, a moeda norte-americana já subiu mais de 15%, e o real tem registrado o pior desempenho entre as principais moedas globais frente ao dólar.

A Bolsa de Valores fechou com queda de 0,20%, aos 127.395 pontos, revertendo os ganhos iniciais da sessão. A disparada do dólar é atribuída ao agravamento dos conflitos no Oriente Médio e à decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de manter a taxa Selic em 10,50% ao ano, conforme explica André Galhardo, consultor econômico.

Após o ataque que resultou na morte de Ismail Haniyeh, líder do Hamas, em Teerã, o governo israelense anunciou a morte de Mohammed Deif, chefe da ala militar do grupo. Este ataque é considerado significativo, pois pode levar a uma retaliação por parte do Irã, o que tem levado investidores a buscar ativos mais seguros como o dólar e o ouro.

A decisão do Banco Central Brasileiro de manter a Selic inalterada, acompanhada de um tom mais cauteloso em seu comunicado, e a revisão das previsões de inflação para 2024 e 2025, também contribuíram para a valorização do dólar. O Copom ajustou suas projeções de inflação, aumentando as expectativas para 2024 de 4% para 4,2% e para 2025 de 3,4% para 3,6%.

Alguns analistas expressaram preocupação com a falta de sinalização de uma possível alta na taxa de juros, o que poderia indicar uma resposta mais robusta às perspectivas inflacionárias. O Boletim Focus apontou uma previsão de IPCA de 4,10% para 2024, ligeiramente acima da semana anterior. A inflação, conforme os dados do IPCA-15, desacelerou, mas ainda superou as expectativas, atingindo 0,30% no mês e 4,45% em 12 meses.

Nos Estados Unidos, o Fed manteve a taxa de juros entre 5,25% e 5,5%, sinalizando que a inflação está “um pouco elevada”. Isso abriu a possibilidade de um corte de juros nas próximas reuniões, o que poderia beneficiar moedas emergentes como o real.

No mercado acionário, o Ibovespa foi pressionado por quedas em ações de grandes empresas como Vale e Petrobras. A mineradora recuou 2,24%, e os papéis da petroleira caíram 1,52% e 1,85%, respectivamente. Por outro lado, a Ambev subiu 1,38% após reportar um aumento de 10,2% no Ebitda ajustado. Vivo e Weg também se destacaram com altas significativas, enquanto Embraer, Dexco e Cogna registraram perdas.

Na quarta-feira, o dólar havia fechado em alta de 0,64%, cotado a R$ 5,653, enquanto a Bolsa avançou 1,20%, aos 127.651 pontos.

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