Investigação revela esquema criminoso envolvendo ourives, empresários e agentes da segurança pública.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (19/3) a Operação Ourives, que investiga um grupo criminoso envolvido na comercialização ilegal de ouro extraído de garimpos clandestinos da Amazônia Legal. A ação mobilizou 17 agentes da PF, que cumpriram dois mandados de busca e apreensão em Manaus/AM.
Esquema criminoso e rotas do ouro ilegal
As investigações apontam que a organização criminosa cooptava ourives para manipular e revender ouro ilegalmente extraído em diversas cidades da região Norte, incluindo Boa Vista/RR, Humaitá/AM, Japurá/AM e São Gabriel da Cachoeira/AM. O transporte do minério até Manaus era realizado por embarcações, caminhões e aeronaves, garantindo que a carga ilícita chegasse ao destino sem ser interceptada.
O grupo contava com a atuação de agentes da segurança pública estadual, que desempenhavam um papel estratégico no esquema, fornecendo o ouro ilegal, protegendo o transporte da carga e coordenando a distribuição com intermediários, como ourives e empresários do setor. Para ocultar as transações financeiras ilícitas, empresas de fachada eram utilizadas, dificultando o rastreamento do dinheiro proveniente da atividade criminosa.
Crimes e penalidades
Os envolvidos no esquema podem responder por diversos crimes, incluindo:
• Usurpação de bens da União (Art. 2º da Lei nº 8.176/91);
• Peculato (Art. 312 do Código Penal);
• Formação de milícia privada (Art. 288-A do Código Penal);
• Organização criminosa (Lei nº 12.850/2013).
Além desses crimes, a Polícia Federal segue investigando possíveis conexões do grupo com outros setores do mercado ilegal de ouro e eventuais ramificações em diferentes estados.
A Operação Ourives faz parte de um esforço contínuo das autoridades para combater a extração e comercialização ilegal de minérios na Amazônia, um crime que afeta o meio ambiente, financia organizações criminosas e compromete a segurança pública na região.
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