Aos 64 anos, suspeito desembarcou sob forte esquema de segurança em uma base aérea militar nos arredores de Nova Déli, onde permanecerá detido.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
O cidadão canadense de origem paquistanesa Tahawwur Hussain Rana, de 64 anos, desembarcou na Índia na noite desta quinta-feira, 9, após anos de batalha judicial que culminaram em sua extradição pelos Estados Unidos. Ele é apontado como um dos envolvidos nos atentados de 2008 em Mumbai, que deixaram 166 mortos e centenas de feridos.
Rana chegou ao país sob forte esquema de segurança, sendo levado diretamente para uma base aérea militar nos arredores de Nova Déli, onde permanecerá sob custódia enquanto aguarda julgamento.
A extradição encerra um impasse diplomático de longa data. Desde os ataques que paralisaram a capital financeira indiana por três dias, as autoridades locais pressionavam por sua entrega, alegando que ele teve papel-chave na articulação do massacre. O governo indiano atribui a autoria ao grupo extremista Lashkar-e-Taiba (LeT), baseado no Paquistão, e identifica Rana como um dos principais conspiradores.
Ex-médico militar do exército do Paquistão, Rana migrou para o Canadá em 1997 e, mais tarde, estabeleceu-se nos Estados Unidos, onde abriu negócios em Chicago, incluindo um matadouro e um escritório de advocacia. Foi detido em 2009 pelas autoridades americanas.
Em 2013, foi absolvido da acusação de envolvimento direto nos atentados de Mumbai, mas condenado por dar apoio logístico ao LeT em outro caso: uma conspiração frustrada para atacar o jornal dinamarquês Jyllands-Posten, conhecido por publicar charges do profeta Maomé. Pela trama, cumpria pena de 14 anos nos EUA.
Com sua chegada à Índia, cresce a expectativa por justiça. “Finalmente, a longa espera acabou”, declarou Devendra Fadnavis, ministro-chefe do estado de Maharashtra, onde fica Mumbai. “A justiça será feita.”
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