
Relatório da Organização dos Estados Americanos questiona a integridade do pleito e pede revisão com observadores independentes
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A Organização dos Estados Americanos (OEA) anunciou nesta terça-feira (30) que não reconhece o resultado das eleições venezuelanas, cuja vitória do presidente Nicolás Maduro foi divulgada pela Justiça eleitoral do país. A decisão vem após um relatório detalhado realizado por observadores da OEA que acompanharam o pleito no domingo (28).
O relatório aponta diversas suspeitas de irregularidades e distorções por parte do governo de Maduro. Um dos principais pontos destacados foi a demora na divulgação dos resultados, apesar da utilização de urnas eletrônicas. Segundo o documento, “Mais de seis horas após o encerramento da votação, o CNE fez um anúncio (…) declarando vencedor o candidato oficial, sem fornecer detalhes das tabelas processadas, sem publicar a ata e fornecendo apenas as porcentagens agregadas de votos que as principais forças políticas teriam recebido.”
O Centro Nacional Eleitoral (CNE), que é comandado por um aliado do governo, proclamou Maduro como vencedor com 51,2% dos votos. No entanto, o relatório da OEA questiona a transparência do processo, alegando “ilegalidades, vícios e más práticas” e afirmando que o regime venezuelano aplicou “seu esquema repressivo” para manipular os resultados eleitorais.
A oposição venezuelana também contestou o resultado. A líder oposicionista María Corina Machado afirmou ter acesso a 73% das atas, que indicariam a vitória de Edmundo González sobre Maduro. Para reforçar suas alegações, a oposição criou um site com as atas que conseguiu acessar.
Nove países latino-americanos solicitaram uma reunião de emergência da OEA para revisar o processo eleitoral. Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai expressaram preocupação com o resultado e pediram uma “revisão completa dos resultados com presença de observadores eleitorais independentes.”
Nesta terça-feira, Brasil, México e Colômbia também devem se manifestar, cobrando a divulgação das atas eleitorais e o respeito pela vontade do povo venezuelano.
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