Cidadãos e opositores contestam resultado da eleição e exigem transparência em meio a alegações de fraude
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Na manhã da última segunda-feira (29), a Venezuela viveu uma onda de protestos em Caracas e em outras cidades após a proclamação de Nicolás Maduro como vencedor das eleições presidenciais. A manifestação surgiu de forma espontânea, sem convocação formal de líderes opositores, e reflete o descontentamento generalizado com o resultado anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
A eleição, ocorrida no domingo (28), viu Nicolás Maduro ser anunciado como reeleito para um terceiro mandato. No entanto, María Corina Machado, uma das líderes da oposição, questiona a legitimidade desse resultado, alegando que Edmundo González, seu candidato, na verdade, recebeu 73% dos votos e que possui provas substanciais para comprovar essa alegação. Machado também destaca que todas as pesquisas realizadas antes da eleição mostraram González com uma vantagem significativa sobre Maduro, o que levanta sérias dúvidas sobre a veracidade e a integridade do resultado oficial divulgado.
A avenida Francisco de Miranda, uma das principais de Caracas, foi palco de protestos em que muitos manifestantes carregavam bandeiras e batiam panelas, expressando seu descontentamento. Segundo a oposição, a votação foi marcada por “irregularidades graves”, como a restrição de acesso para observadores opositores durante a contagem dos votos e a alegada manipulação no processamento de novos votos.
María Corina Machado, uma das líderes da oposição, declarou: “Ganhamos e todos sabem disso.” Ela e sua coligação, a Plataforma Unitária Democrática, afirmam que seu candidato recebeu 70% dos votos, contra 30% de Maduro. A coligação acredita que a eleição foi manipulada para garantir a vitória do atual presidente.
Organizações internacionais também levantaram preocupações sobre a integridade do processo eleitoral. O Carter Center, que observou as eleições, pediu a divulgação imediata dos resultados das mesas eleitorais para permitir uma análise mais completa. “A informação contida nos formulários de resultados das assembleias de voto é crítica para nossa avaliação”, afirmou o centro.
Os Estados Unidos e as Nações Unidas também se manifestaram. Um funcionário americano destacou que a falta de transparência nas eleições compromete a credibilidade do processo, enquanto o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu a publicação dos resultados detalhados e uma análise por seções eleitorais. O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, elogiou a determinação do povo venezuelano em expressar sua vontade pacificamente, mas expressou preocupação com as alegações de fraude.
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