
Organização criminosa atraiu mais de 10 mil vítimas com promessas de rendimentos irreais, praticando estelionato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas para paraísos fiscais.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Santa Catarina/Rio Grande do Sul – Na manhã desta quinta-feira 7 de novembro, a Polícia Federal deflagrou a Operação “Dead Coin”, uma ação contra uma organização criminosa suspeita de aplicar golpes financeiros em mais de 10 mil pessoas no Sul do Brasil. A operação conta com o empenho de cerca de 100 policiais federais, que estão cumprindo 28 mandados de busca e apreensão e 2 mandados de prisão preventiva em diversas cidades de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O objetivo principal da operação é desarticular a organização criminosa que, ao longo dos últimos anos, teria se especializado em estelionato contra milhares de vítimas, utilizando um esquema altamente lucrativo e sofisticado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas para paraísos fiscais. O prejuízo total gerado pelas fraudes é estimado em R$ 250 milhões. As investigações envolvem 58 pessoas físicas e jurídicas suspeitas de envolvimento no esquema.
O modus operandi da quadrilha era atrair investidores com promessas de rendimentos irreais sobre os depósitos, oferecendo ganhos que pareciam muito vantajosos para os investidores iniciais. Os primeiros investidores, ao perceberem o pagamento dos lucros prometidos, começaram a confiar ainda mais nas “oportunidades” oferecidas pelo grupo, o que resultava em aplicações financeiras cada vez maiores.
Para atrair clientes, o grupo utilizava sites chamativos, criava grupos de captura nas redes sociais e até realizava palestras em diversas cidades, convencendo as vítimas a acreditarem no “potencial de lucro” das aplicações. Com isso, os criminosos conseguiam angariar grandes quantias de dinheiro, principalmente de pessoas que buscavam oportunidades de investimento rápidas e com altos rendimentos.
No entanto, após os investidores realizarem aplicações ainda mais vultosas, o golpe se revelou em sua verdadeira natureza. As vítimas não receberam mais o retorno prometido, e o dinheiro investido foi bloqueado sem justificativa, ficando impossível recuperar os valores depositados.
A investigação da PF revelou que, além do estelionato, o grupo usava práticas sofisticadas de lavagem de dinheiro e evasão de divisas para transferir valores para paraísos fiscais. Os criminosos usavam os recursos obtidos com as fraudes para comprar imóveis de luxo, automóveis caros e realizar outras transações ilícitas, tanto no Brasil quanto no exterior.
Durante a operação, a Polícia Federal apreendeu diversos automóveis de luxo, além de milhões de reais em criptomoedas e dezenas de imóveis que foram sequestrados. A ação ainda está em andamento, e o balanço final da operação será apurado nos próximos dias.
Os envolvidos no esquema de estelionato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e crimes contra o sistema financeiro poderão ser responsabilizados criminalmente. As penas máximas para esses crimes podem ultrapassar 30 anos de prisão, dependendo da gravidade da infração e do nível de envolvimento dos suspeitos.
A operação “Dead Coin” representa um marco na luta contra os golpes financeiros que vêm se multiplicando no Brasil, especialmente aqueles que utilizam a internet como meio de aplicação e divulgação de fraudes. A ação também ressalta a importância da vigilância constante sobre o mercado financeiro, que, apesar de legal, tem sido utilizado por criminosos para enganar vítimas e desviar grandes quantias de dinheiro.
A Polícia Federal segue investigando outros possíveis membros do grupo criminoso e avalia o impacto global do esquema, já que parte dos valores foi movimentada para o exterior. A operação também conta com a colaboração de instituições financeiras e autoridades internacionais na identificação dos responsáveis.
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