Seis receptores foram infectados após receberem órgãos contaminados; investigações são conduzidas pela Secretaria de Saúde, Ministério Público e Polícia Civil. Laboratório responsável está suspenso.
Em um caso inédito e trágico, seis pacientes que aguardavam transplantes no Rio de Janeiro foram infectados com o vírus HIV após receberem órgãos contaminados. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-RJ) confirmou a contaminação de dois doadores e seis receptores,classificando o ocorrido como “inadmissível”.
O Ministério da Saúde acompanha o caso de perto, enquanto uma comissão multidisciplinar foi criada para oferecer apoio aos pacientes afetados. O laboratório privado PCS LAB, contratado pela Fundação Saúde para realizar os exames dos doadores, teve seus serviços suspensos e foi interditado cautelarmente após a descoberta da falha.
A SES-RJ iniciou um rastreio completo, reavaliando todas as amostras de sangue dos doadores armazenadas desde dezembro de 2023, data da contratação do laboratório.
O Dr. Luizinho , ex-secretário de Saúde do estado, lamentou o ocorrido, classificando-o como “situação gravíssima e inaceitável”. Ele afirmou que, durante sua gestão, manteve a equipe do Programa Estadual de Transplantes e não participou da escolha do laboratório.
Em nota, o PCS LAB anunciou a abertura de uma sindicância interna para apurar responsabilidades e ofereceu suporte médico e psicológico aos pacientes infectados e seus familiares. O laboratório também se colocou à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) abriu um inquérito civil para investigar as irregularidades no programa de transplantes. A 5ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Saúde da Capital está à disposição para ouvir as famílias afetadas, receber denúncias e prestar atendimento individualizado.
A Polícia Civil do estado também instaurou um inquérito, com a Delegacia do Consumidor (Decon) realizando diligências para apurar o caso.
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