Queima de 20 toneladas de cannabis intoxica cidade inteira na Turquia

Os cidadãos ficaram com sintomas de intoxicação, incluindo tonturas, náuseas e até alucinações, devido à densa fumaça que cobriu a cidade durante dias.

 

Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

 

O que era para ser uma operação simbólica de combate ao tráfico de drogas acabou se transformando em um caso de saúde pública. Autoridades turcas queimaram cerca de 20 toneladas de cannabis apreendidas na cidade de Lice, no leste do país, e a fumaça densa resultante da incineração intoxicou involuntariamente os cerca de 25 mil moradores da região.

A ação foi realizada em 18 de abril pelo Comando Distrital de Lice, com o objetivo declarado de enviar uma “mensagem clara” aos traficantes. No entanto, o que se seguiu foi uma série de relatos de sintomas como tontura, náuseas e até alucinações entre os moradores — consequências diretas da inalação prolongada da fumaça que cobriu a cidade por vários dias.

De acordo com informações, a droga havia sido apreendida ao longo de 226 operações realizadas somente em 2024. Avaliada em cerca de 10 bilhões de liras turcas (equivalente a mais de 232 milhões de euros), a maconha foi disposta em fardos e queimada com o auxílio de mais de 200 litros de diesel. Durante a operação, os fardos chegaram a ser organizados para formar a palavra “LICE”, em alusão ao nome da cidade.

Para especialistas, o método adotado foi um equívoco. Yahya Oger, presidente da Associação Estrela Verde — entidade que atua no combate às dependências —, comparou os efeitos da fumaça com os do fumo passivo. “Assim como a fumaça do cigarro prejudica quem está por perto em ambientes fechados, a queima de substâncias entorpecentes pode causar sérios desconfortos, intoxicação, tontura, náusea e alucinações”, alertou.

Moradores relatam que não puderam abrir janelas por dias devido ao forte odor, e muitos precisaram buscar atendimento médico. “O cheiro de droga era insuportável. Precisei levar meus filhos ao hospital por causa da intoxicação”, contou um dos residentes.

Diante do impacto negativo da operação, a Associação Estrela Verde criticou o procedimento como “pouco profissional” e recomendou que destruições de entorpecentes passem a ser realizadas em locais isolados ou em instalações industriais dotadas de sistemas de filtragem, longe de áreas urbanas.

 

 

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