Israel reforça defesa e chama 54 mil ultraortodoxos para o Exército

Suprema Corte elimina isenção histórica e Exército anuncia envio de 54 mil convocações em meio a desafios militares crescentes e pedidos por igualdade.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA

O Exército israelense anunciou no último domingo (6) uma medida que marca uma guinada na política de alistamento do país: 54 mil estudantes de instituições religiosas ultraortodoxas receberão avisos de convocação para o serviço militar. A decisão surge após a Suprema Corte encerrar a isenção concedida a esse grupo por décadas, em resposta a crescentes demandas sociais por maior equidade.

Diferente do cenário de décadas atrás, quando os ultraortodoxos representavam uma parcela muito pequena da população, o grupo hoje corresponde a cerca de 13% dos cidadãos de Israel. Com isso, aumentou também a pressão por uma participação mais ampla no serviço militar obrigatório, especialmente num momento de tensão prolongada nas frentes de Gaza, Líbano e região do Mar Vermelho.

Através de uma nota oficial, o Exército confirmou a nova etapa de convocação. “As ordens foram emitidas em conformidade com as diretrizes legais e com o compromisso de garantir condições que respeitem o modo de vida ultraortodoxo”, informou o porta-voz militar.

Ao mesmo tempo, as forças armadas têm enfrentado desafios consideráveis com a crescente dependência dos reservistas, muitos dos quais relatam esgotamento após missões extensas e sucessivas. A redistribuição do peso do serviço militar entre os diversos setores da sociedade aparece como resposta a essa sobrecarga.

Embora a medida encontre resistência entre líderes religiosos, principalmente por receios quanto à convivência com soldados seculares e mulheres, há esforços em andamento para garantir que o processo de integração respeite os valores dos convocados. “Nosso objetivo é integrar esses jovens respeitando seu estilo de vida, criando oportunidades reais de contribuição sem abrir mão de sua identidade religiosa”, acrescenta a nota do Exército.

Dentro do governo, partidos ultraortodoxos que fazem parte da coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu articulam soluções legislativas para lidar com os impactos da decisão. Ainda assim, a obrigatoriedade determinada pela Suprema Corte estabeleceu um novo padrão que deverá ser seguido a partir de agora.

Enquanto a maioria dos judeus israelenses cumpre serviço militar a partir dos 18 anos — entre dois e quase três anos, dependendo do sexo e da função — a maior parte da população árabe israelense, que soma 21%, continua isenta, embora alguns escolham se alistar voluntariamente.

O momento atual exige um Exército ainda mais robusto e adaptado às ameaças múltiplas enfrentadas por Israel. Nesse contexto, a inclusão de novos grupos no esforço nacional é vista não apenas como justa, mas como vital para a continuidade da segurança e soberania do país.

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