Estados Unidos: Na eleição indireta, 13 estados pesam mais na escolha do presidente

Nos Estados Unidos, não basta ganhar no voto popular para ser eleito presidente da República. É preciso formar maioria no Colégio Eleitoral, que escolhe o presidente de modo indireto. Nesse sistema, um candidato que seja menos votado pode ser eleito presidente se vencer nos estados decisivos e ter maioria de delegados no Colégio Eleitoral. Isso aconteceu em duas das cinco eleições presidenciais realizadas do ano 2000 para cá.

Nesse sistema anacrônico, 13 dos 50 estados tendem a ter peso decisivo em 2020. Isso ocorre porque as disputas nesses estados costumam ser apertadas. Dos três últimos presidentes americanos, apenas Barack Obama venceu duas vezes no voto popular e no Colégio Eleitoral. Ele ganhou nas urnas e na eleição indireta em 2008 e 2012. George W. Bush só conseguiu isso no segundo mandato. Donald Trump perdeu de Hillary Clinton no voto popular em 2016, mas a derrotou no Colégio Eleitoral.

Esse sistema foi pensado pelos chamados “pais fundadores” da democracia americana no fim do século 18 a fim de evitar aventureiros e populistas. A ideia era manter estabilidade política ao garantir aos estados, à época as 13 ex-colônias que declararam independência do Reino Unido, mais poder do que aos eleitores individualmente. Mas o sistema envelheceu mal e permitiu a eleição de um aventureiro populista como Trump. Essa fórmula, que contraria o princípio de “uma pessoa, um voto”, é criticada por setores da imprensa e da academia norte-americana.

 

 

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