‘Vamos lutar por essa causa. Não quero ver outras pessoas lesadas assim’, diz homem que comprou carro com perigo de falha mortal

Uma falta de respeito com o consumidor que por pouco não virou uma tragédia. Esse é o resumo da historia de David de Oliveira Martins, que comprou um carro e ao descobrir que o veículo possuía um defeito grave, o vendedor passou a se esconder.

O caso, que você já conferiu aqui no Globe News USA (clique AQUI para ler), foi o tema do Programa Lado a Lado com a Verdade, com o repórter investigativo Thathyanno Desa. Ele entrevistou David e a amiga Andreza Moon, que foi quem utilizou o carro e percebeu os problemas sérios.

David contou que está há cerca de 20 anos nos Estados Unidos, quando foi ao país trabalhar com circo, pois é acrobata. Além disso, faz shows de capoeira e é dublê. E por nunca ficar muito tempo em um só lugar, não queria comprar um carro caro, principalmente em meio uma pandemia.

Foi quando encontrou um Mazda 2006, na Prime Auto Mall, com um bom preço. Só não esperava que teria tantas dores de cabeça.

“Eu viajo muito e não tinha a pretensão de ter um carro bom aqui. A Andreza me indicou lugares que eu fui muito bem atendido. E ninguém me indicou esse lugar. Eu estava passando por lá e decidi dar uma olhada. O cara me falou que tinha esse carro de US$ 3,5 mil, que estava em bom estado. Eu usaria por enquanto e depois venderia. Ele disse que esse carro estava perfeito, que é forte. Andei com o carro dois meses e fui para o Brasil. Minha mãe teve um AVC e deixei o carro com a Andreza. Quando voltei, ouvi alguns barulhos. Parecia ter alguma coisa solta no banco de trás. Todos os dias quando ia trabalhar, ouvia esse barulho. Eu moro há cerca de 40 minutos do trabalho. Nisso levei o carro no mecânico e ele viu e disse que eu sou um cara de muita sorte, porque esse carro está condenado e pode matar alguma pessoa. Pode causar um acidente gravíssimo”, relata David.

“Então a Andreza levou até o mecânico dela para ele dizer o que achava. Ela ficou andando com o carro sem saber o que estava acontecendo, e quis saber. E quando o mecânico dela viu, foi quando ela fez o vídeo. Então eu tentei entrar em contato com o Alex (Alexandre Oliveira, dono da Prime Auto Mall), e mandei o vídeo para ele. Ele visualizou e nao respondeu. Uns dias depois, fui na loja dele. O mecânico disse que ele chegaria em algum momento, esperei lá por 4 horas  e ele não apareceu. Fui no outro dia e para a minha surpresa, não tinha carro nenhum. Eu perguntei para o mecânico o que tinha acontecido, e ele disse que não sabia. Apareceu um outro rapaz querendo saber o que estava acontecendo, se dizendo mecânico do Alex. E para a minha surpresa, o Alex estava na ligação com ele. Ele não falou comigo em momento algum, ignorou o fato do carro estar daquele jeito. Não quis dar satisfação”, contou o comprador.

Segundo David, quando ele comprou o carro, Alexandre disse que faria toda a documentação e entregaria o carro pronto, realizando inclusive a inspeção de que o veículo estava em perfeitas condições de uso. “Só depois que eu fui na delegacia, que eu descobri que isso era ilegal. A gente pensa que todo mundo é bom, mas poderia ter causado um grande acidente. Quando eu falei com o mecânico, eu não vi o estado. Mas quando eu vi o video da Andreza, mandei imediatamente para ele. E não recebi resposta. Vi que visualizou e ignorou. Mostrou a desonestidade, falta de caráter. Simplesmente ignorou, se acovardou, tentou se esconder atrás de outras pessoas”, completa.

Andreza contou que possui um carro, mas que ficou com o veículo de David, após emprestar o dela para uma amiga que precisava de locomoção para trabalhar. Trafegou por rodovias carregando outras pessoas, inclusive a própria filha. Sem nem imaginar que estava com um veículo que corria risco de causar um acidente fatal.

“Na quarentena, eu passei 50 dias na Florida e deixei meu carro emprestado com o David. Quando eu voltei, ele comprou um carro. Eu tinha passado várias lojas, de pessoas honestas. Maravilhosas. E passei várias outras lojas para o David. Ele olhou. Mas ele é um artista. Pode estar cada dia em um lugar. Então não quis comprar um carro parcelado porque não sabia onde iria estar. E achou essa loja. Eu fiquei com o carro dele, andei e não tive problema nenhum com o carro. Nunca caí em buraco. Só ouvia um barulho, que foi aumentando. Ao invés de levar o carro em mecânico, achei que era só no banco. Então o David voltou e ouviu o mesmo barulho. Chegando no mecânico dele, ele pegou e falou que o carro estava condenado. Eu disse que não era possível não ter conserto. Um carro comprado fazia quatro meses. Então eu levei no meu mecânico, que está comigo há 14 anos. E ele disse que o carro está condenado, não tem conserto. Um carro que foi manipulado para ser vendido e fiquei chocada. Eu coloquei a minha filha dentro do carro. É uma situação crítica e muito séria”, contou.

Desde então, mesmo com as inúmeras tentativas de contato, o vendedor simplesmente ignorou. E isso causou indignação à Andreza e David, que não querem que mais ninguém passe por uma situação dessas.

“Aqui não existe conserto para isso. É perda total. Considerado condenado. A loja agiu com desonestidade. Foi desonesto. Achou que o David não conhecia ninguém e agiu de maneira desonesta”, conta Andreza.

“O que eu puder fazer, eu vou fazer, porque eu não quero ver isso com mais pessoas. Sendo lesadas assim. Vamos lutar por essa causa. O que pudermos fazer para achar ele. Até mesmo no Brasil. Aqui a justiça já foi acionada”, revela David.

“Esse tipo de gente não pode ter vez aqui. Estamos na América. Aqui tem lei, tem polícia, tem corte e tem que expor essas pessoas sim. Isso é errado. Vendeu um carro condenado. Isso acaba com o nosso nome”, completa Andreza.

Na entrevista, Thathyanno também falou sobre a ameaça que recebeu de uma mulher identificada como Gisele Frágua, após tentar contato com Alex. Ela se apresentou como ex-jornalista do Jornal A Semana (na verdade, ela era vendedora) e o intimidou. Primeiro afirmou que se Thathyanno contasse a história, ela iria expor a imagem dele no Jornal Brazilian Times e no Jornal dos Esportes.

Thathyanno, por sua vez, entrou em contato com os proprietários dos jornais, que negaram ter dado autorização a ela para esse tipo de coisa. Além disso, ela fez ameaças em mensagens, utilizando a seguinte expressão: “A língua é o chicote do corpo… Ou o peixe morre é pela boca mesmo…”

“Ela me ameaçou de morte. Eu me senti ameaçado. Fui na policia, fiz um police report. Fui ameaçado por tentar ajudar alguém da comunidade. Ele diz que não era o dono da loja, quando rapidamente a gente encontra um print citando ele como dono da loja. A intenção não era expor ninguém. A intenção era ligar para que ele entrasse em contato conosco e contasse o lado dele da história, e isso me incomoda bastante, porque quem conhece o meu trabalho, sabe realmente que escuto os dois lados da história. Mas um lado da história, todos os documentos que eu pedi, ele forneceu para mim. Isso não é expor ninguém. Não é expor a loja de ninguém”, contou.

“Se você tem seu business, honre a palavra de vocês, honre seu negócio. Não engane o consumidor. Atender o telefone é coisa básica. Se você maltrata o consumidor, você vai fechar. É simples assim. E tem pessoas me intimidando. Mas vamos continuar trazendo a verdade. e trabalhamos com provas, não com conversinha. Não adianta ameaçar, não adianta espernear, não adianta chorar. E peço a você da comunidade: apoie o nosso programa, pois estamos aqui para defender você”, completa Thathyanno.

 

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