
Onze pessoas foram presas em Governador Valadares e mais seis cidades de Minas Gerais em uma operação da Polícia Federal, nessa quinta-feira (3), para combater a migração ilegal de brasileiros para os Estados Unidos. Além disso, 21 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
Dentre os presos, há ex-prefeitos, um prefeito eleito e um vice-prefeito em final de mandato, todos de cidades da região de Governador Valadares. A polícia, porém, não divulgou o nome dos envolvidos.
A ação, que faz parte da terceira fase da Operação Policial CAI-CAI, contou com o apoio da Polícia de Imigração e Alfândega – Homeland Security Investigations (HSI), na Embaixada dos EUA em Brasília. As investigações, que fazem parte de ação de cooperação policial internacional contra o tráfico de pessoas, tiveram início em outubro de 2019, após recebimento de três notícias de crime diferentes, enviadas por três unidades distintas da PF, localizadas em três estados díspares, tendo em comum os mesmos suspeitos de promover a emigração ilegal de brasileiros para os Estados Unidos, demonstrando a amplitude da atuação dos envolvidos.
Apurou-se que os investigados se dedicam intensamente à prática dos crimes de promoção de migração ilegal, associação criminosa e envio ilegal de criança ou adolescente para o exterior, cobrando até 22 mil dólares por interessado.
Os viajantes, sob sérios riscos, enfrentavam condições desumanas, eram forçados a corromper autoridades da imigração mexicana e ficavam submetidos aos guias denominados coiotes – criminosos, majoritariamente armados, responsáveis pela definição das rotas arriscadas de travessia de fronteira.
Os mandatos foram cumpridos nas cidades de Governador Valadares (uma prisão temporária e uma busca e apreensão), Tarumirim (quatro prisões temporárias e 10 buscas e apreensões), Alvarenga (duas prisões temporárias e três buscas e apreensões), Campanário (uma prisão temporária e uma busca e apreensão), Engenheiro Caldas (uma prisão temporária e quatro buscas e apreensões), Piedade de Caratinga (uma prisão temporária e uma busca e apreensão) e Virginópolis (uma prisão temporária e uma busca e apreensão).
Se condenados, os presos e demais investigados podem cumprir até 16 anos de reclusão; sujeitos a aumento de pena, condicionado à quantidade de crimes imputados a cada um deles.
Na primeira fase da Operação CAI-CAI, um dos réus foi condenado a 127 anos, tendo sido identificados 270 crimes.
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