Ligação de Alexandre de Moraes com Alckmin mostra como a eleição de Lula foi facilitada

Um dos personagens da eleição para presidente foi o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Ao longo de todo o processo, mostrou parcialidade, culminando na vitória de Lula, e principalmente do vice, Geraldo Alckmin, que foi quem lhe deu as principais oportunidades.

Depois de iniciar sua carreira no Ministério Público, Alexandre de Moraes ocupou uma série de cargos políticos. Iniciou justamente a convite de Alckmin, então governador de São Paulo, que o chamou para ser secretário Estadual da Justiça de São Paulo. Na mesma época, foi indicado por Lula a integrar o Conselho Nacional de Justiça do Brasil. Mostrando que há mais de 15 anos, ele já tinha ligação com os dois.

Depois foi secretário Municipal de Transportes de São Paulo, na época em que Gilberto Kassab era prefeito. Com Alckmin de volta ao governo paulista, foi secretário Estadual de Segurança Pública de São Paulo. Nessa época, a revista Veja denunciou que Moraes era advogado de uma empresa com mais de 100 processos de lavagem de dinheiro e corrupção de empresas, comandados pela organização criminosa PCC.

O próximo passo de Moraes foi assumir o Ministério da Justiça, no período em que Michel Temer era o presidente do Brasil. O curioso foram as circunstâncias do convite, que foi feito pouco após Moraes liderar uma força tarefa contra um ataque hacker que a então primeira dama, Marcela Temer sofreu.

Em setembro de 2016, o jornal Estadão, em editorial, pede a renúncia de Alexandre de Moraes. Diz que ele “não tem mais condições de permanecer no cargo, se é que algum dia as teve” e que “seu despreparo para tão importante função já estava claro havia algum tempo”.

Pouco tempo depois, em janeiro de 2017, ex-ministros da Justiça e juristas pedem a renúncia de Alexandre de Moraes. A carta é assinada, entre outras pessoas, pelos petistas José Eduardo Cardozo, Tarso Genro e Eugênio Aragão. Alexandre é chamado de populista e irresponsável.

No mesmo mês, ele estampa a capa da revista Época. Moraes é chamado de “O Homem Errado” porque “fala demais” e “compra brigas desnecessárias por onde passa”.

Com a morte do ministro do STF, Teori Zavascki, em um acidente aéreo com causas que foram colocadas sob suspeitas, Michel Temer indicou Moraes para a vaga. O próprio Alexandre de Moraes chegou a comunicar a esposa, via mensagem, que seria o indicado e que não teria problemas na sabatina do Senado.

Na época, inclusive, chegou a colocar no currículo que havia feito pós-doutorado, o que nunca ocorreu. Também foi acusado pela Folha de plagiar a obra do jurista espanhol Francisco Rubio Llorente.

Em 2017, em um vídeo, Alexandre de Moraes acusa o PT de ter realizado “um governo corrupto, que foi colocado pra fora do Brasil pela corrupção, pela falta de vergonha na cara, de quem roubava bilhões e bilhões”.

Já o PT, respondeu em um artigo, dizendo que a “Justiça é muita areia para a caçambinha de Moraes”. Também o acusa de ser ligado ao PCC. O texto foi tirado do ar pela Justiça.

O poder rapidamente subiu à cabeça, e ao longo do governo Bolsonaro, passou a tomar inúmeras decisões antidemocráticas, recebendo críticas até mesmo da esquerda.

Hoje, com Alckmin no segundo posto mais importante do país, fica o medo de uma ditadura não apenas da esquerda, mas também do próprio STF.

1 Comentário

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*