Brasil Reforça Presença Militar na Fronteira Norte em Meio à Crise entre Venezuela e Guiana

Por Schirley Passos|GNEWSUSA

O Brasil tomou medidas para fortalecer sua presença militar na região Norte do país em resposta à crise desencadeada pelo referendo proposto pela Venezuela para anexar um território equivalente a dois terços da Guiana, agendado para o próximo domingo (3).

O Ministério da Defesa, chefiado por José Múcio, afirmou que tem acompanhado a situação e intensificado ações de defesa na fronteira ao Norte. Embora os detalhes dessas ações não tenham sido fornecidos, há informações sobre a transformação do esquadrão do Exército de Boa Vista, composto por 150 homens, em um regimento com 400 militares. Além disso, um pelotão de fronteira (30 soldados) será elevado a esquadrão, e treinamentos estão em andamento na Operação Ágata Norte, na Terra Indígena Yanomâmi.

Não há alerta de uma grande mobilização militar, indicando que o governo busca emitir um aviso aos governos envolvidos. O Itamaraty está preocupado com a disputa sobre a soberania de Essequibo, um território reivindicado pela Venezuela desde o século XIX.

A crise remonta a 1899, quando um laudo internacional determinou que a região fazia parte da então Guiana Britânica. Em 1966, os venezuelanos denunciaram o laudo como fraudulento, assinando um acordo com Londres para resolver a questão. No entanto, após a independência da Guiana, a Venezuela renegou o acordo em 1982, levando o caso para a ONU.

A descoberta de reservas significativas de petróleo em Essequibo em 2015 intensificou as tensões. A Guiana experimentou um crescimento econômico notável, e a Venezuela acusou neocolonialismo, levando a ONU a designar a Corte de Haia para resolver a disputa, o que a Venezuela rejeita.

O presidente Maduro marcou um referendo sobre Essequibo, alegando que a região deve ser declarada um estado venezuelano. Observadores consideram duas possibilidades: Maduro busca inflar uma crise para fortalecer seu poder ou há o risco de uma ação militar. O Brasil reforça sua defesa, e a situação preocupa Lula, aliado de Maduro.

O impasse e a possível escalada militar representam desafios políticos significativos, com a Guiana apelando aos EUA, principais beneficiários das reservas de petróleo. A crise também desvia a atenção do Ocidente da Ucrânia, beneficiando Moscou.

Para Lula, que apoia Maduro, a crise representa um dilema político, pois o presidente brasileiro é um defensor da ditadura chavista, apesar das críticas internacionais. O assessor presidencial Celso Amorim foi a Caracas discutir a situação, destacando a complexidade da questão e os desafios políticos envolvidos.

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