
Ao contrário de manifestante presos injustamente, Matheus foi alertado pela esposa e participou da depredação ao patrimônio público
Por Nicole Cunha | GNEWSUSA
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou o início da execução da pena de 17 anos de prisão para o entregador paranaense Matheus Lima de Carvalho Lázaro, hoje com 24 anos, condenado por sua participação nos atos de 8 de janeiro.
Ordem de cumprimento e procedimentos iniciais
Em despacho assinado nesta sexta-feira, Alexandre de Moraes determinou à Secretaria Judiciária que inicie os procedimentos padrões, como a autuação de um processo de execução penal para tratar das questões relativas à detenção de Matheus.
Matheus Lima de Carvalho Lázaro será submetido a exames médicos oficiais antes de começar a cumprir sua pena em regime fechado. O tempo em prisão provisória será deduzido do total de reclusão.
Exagero em sentenças
O juiz no entanto, tem sido acusado de exagerar na sentença, ao condenar os envolvidos nos Atos de 08 de Janeiro a 17 anos, mesmo número de campanha do ex-presidente, Jair Messias Bolsonaro. Internautas tem levantado a problemática, já que pessoas envolvidas em crimes cruéis no Brasil recebem sentenças parecidas, ou cumprem menos anos.
Comparação e atualização de crimes marcantes:
Caso Richthofen (2002): Daniel e Cristian Cravinhos progrediram para regime semiaberto em 2013 e 2017, respectivamente. Cristian voltou ao regime fechado após cometer outros crimes. Suzane cumpre pena em liberdade desde janeiro deste ano, 21 anos após matar os pais.
Caso Nardoi (2008): Alexandre Nardoni, condenado por homicídio triplamente qualificado da filha Izabella, de 5 anos, encontra-se em regime semiaberto, 15 anos após o crime. Anna Carolina Jatobá esta em liberdade desde junho desse ano.
Caso Eliza Samudio (2010): O goleiro Bruno, sentenciado por sequestro, cárcere privado, homicídio e ocultação de cadáver encontra-se hoje em liberdade condicional, 13 anos após o crime.
Caso Matsunaga (2012): A assassina de Marcos Matsunaga, Elize, planejou, assassinou, esquartejou e colocou o corpo do marido dentro de uma mala. Elize esta em liberdade desde maio de 2022.
Detalhes da prisão e acusações
Morador de Apucarana, Matheus foi preso pela Polícia Militar próximo ao Palácio do Buritis, confessando ter invadido o Congresso Nacional com uma faca, portando também uma jaqueta do Exército e uma camisa da seleção brasileira.
Ele enfrenta acusações como abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa armada. À época, o entregador enviou áudio à esposa, que estava grávida, afirmando que seria preciso “quebrar tudo” para que o exército agisse.
“Kimberly, que que não pode? É pra quebrar, pra dá desordem, por exército vir, mor. Mô, acabou pacificamente, não existe isso […]. Porque tem que quebrar tudo, pra ter reforma, pra ter guerra, amor […]. A gente tem que fazer isso aí pro exército entrar, e todo mundo ficar tranquilo.“
A esposa, que acompanhou tudo pela televisão, avisou ao marido que as manifestações deveria ser pacíficas, que as pessoas estavam quebrando tudo e que configura vandalismo.
“Isso não pode é vandalismo[…]. Aqui ta mostrando na televisão já as pessoas quebrando as coisas, isso não pode, porque é vandalismo. Não pode entrar quebrando […]. Não pode isso.” – avisou Kimberly.
Outras sentenças
Os dois primeiros réus condenados pelo STF, Aécio Lúcio Costa Pereira e Thiago de Assis Mathar, ainda aguardam a determinação de Alexandre de Moraes para a execução de suas penas relacionadas aos eventos de 8 de janeiro. O tribunal mantém firmeza na responsabilização dos envolvidos nos atos golpistas.
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