Indígenas de Kamakã Kaê Há Puá enfrentam novo desafio: Gerir indenização pós-desastre ambiental em Esmeraldas

No coração de Belo Horizonte, a aldeia busca autonomia financeira após o rompimento da barragem de Brumadinho, recebendo aulas de educação financeira ao ar livre

Por Schírley Passos|GNEWSUSA

Na aldeia Kamakã Kaê Há Puá, localizada em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, indígenas afetados pelo rompimento da barragem de Brumadinho, em 2019, estão enfrentando um novo desafio: aprender a administrar a indenização recebida da Vale, a mineradora responsável pelo incidente.

O Rio Paraopeba, vital para a comunidade indígena, foi impactado pela lama de minério liberada durante o desastre ambiental. Desde então, os indígenas têm recebido compensações financeiras da Vale, gerando a necessidade de compreender como utilizar esse capital de forma consciente e estratégica.

Para abordar essa questão, surgiu a iniciativa de oferecer aulas de educação financeira na aldeia. O cenário para esses ensinamentos é peculiar: uma sala de aula ao ar livre, no quintal da própria comunidade.

O gerente executivo da FGV Projetos, André Andrade, destaca a abordagem do curso: “Uma primeira conversa é financeira, para, num segundo momento, a gente trazer uma educação mais empreendedora: como eu monto um negócio? Como é que eu vendo? Como é que eu compro?”.

O conteúdo do curso inclui temas como poupança, investimentos e o uso consciente do cartão de crédito. Além disso, os participantes recebem uma cartilha com dicas adicionais.

Claudia Yoshinaga, professora de finanças da FGV, expressa a experiência única que é ministrar aulas para esse público específico: “Faz 20 anos que eu dou aula, mas é a primeira vez que faço uma aula nesse ambiente, para esse público, sempre na intenção de trazer um pouco do que eu estudo e do que eu ensino pra eles. Tem sido recompensador, a ideia de conhecer um pouco mais, entender um pouco mais do dia a dia, as demandas que eles têm, as preocupações, ter a oportunidade de conhecer tem sido espetacular”.

A aldeia é composta por quase 100 pessoas, e os participantes do curso têm a responsabilidade de compartilhar o conhecimento adquirido. Elizabeth Anatuar, dona de casa, expressa seu desejo de transformar a forma como lida com o dinheiro: “Se a gente separar R$ 0,20, R$ 0,50, até R$ 10, no final do ano, está com um dinheirinho bom”.

Elizabeth Anatuar – Image: Internet

Paulinho Aranã, técnico em homeopatia responsável pela saúde da comunidade, destaca a importância desse aprendizado para a autonomia da comunidade: “Tem indígena fazendo faculdade, tem indígena sendo advogado médico, juiz. Esse curso de como gastar, como economizar, como não gastar é interessante porque isso traz pra gente uma autonomia”.

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