
Queda de 56,8% nos investimentos totaliza 1,9 Bilhão de dólares
Por Nicole Cunha | GNEWSUSA
Os investimentos em startups brasileiras enfrentaram uma queda notável de 56,8% em 2023, atingindo US$ 1,9 bilhão, comparado aos US$ 4,4 bilhões do ano anterior, segundo dados da plataforma Distrito divulgados nesta quarta-feira.
Maior queda desde 2018
Pelo segundo ano consecutivo, as startups brasileiras enfrentam uma queda acentuada nos investimentos, atingindo o pior nível desde 2018, com um total de US$ 1,9 bilhão em capital levantado, representando uma redução de 56,8% em relação a 2022.
O Brasil, maior país da América do Sul, manteve sua liderança nas rodadas de investimento na América Latina, representando aproximadamente 61% de todos os negócios na região em 2023, totalizando 455 transações.
Ciclo de correções e recuperação lenta
O país abriga algumas das startups mais proeminentes, como a QI Tech e a Nomad, que receberam grandes aportes em 2023. Entretanto, em toda a América Latina, o cenário é desafiador, com um declínio acentuado de 60,4% nos investimentos em comparação com 2022.
Após o pico em 2021, quando o Brasil registrou US$ 9,9 bilhões em investimentos em startups, o setor entra em um ciclo de correções. A alta nas taxas de juros globalmente e a cautela dos investidores resultam em um período desafiador e em busca de uma retomada mais racional.
Fintechs se destacam, mas desafios persistem em 2024
Em meio ao cenário desafiador, fintechs continuam atraindo investimentos, representando um terço dos US$ 3,1 bilhões destinados a startups na América Latina em 2023. Contudo, a recuperação do mercado indica uma retomada mais gradual, com investidores priorizando a sustentabilidade financeira.
Com o capital mais escasso, fundos de investimento buscam negócios em estágio inicial, direcionando 581 de 746 rodadas para projetos em fase inicial na América Latina. A tendência reflete um mercado menos inflacionado, com startups nascendo para atender às demandas, especialmente na área de inteligência artificial.
Fusões e aquisições devem ganhar força
Enquanto as startups enfrentam desafios, a recuperação do mercado pode impulsionar fusões e aquisições, que diminuíram em 2023. A expectativa é que o aumento das negociações reflete uma retomada mais ampla do ecossistema de startups no Brasil e na América Latina.
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