
Rocío San Miguel, crítica do governo, é detida sob acusações de traição, enquanto organizações internacionais denunciam perseguição política no país
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, aliado do ditador Nicolás Maduro, acusou a ativista Rocío San Miguel de fornecer informações confidenciais sobre os sistemas de Defesa Aérea de Caracas para autoridades europeias. San Miguel, presidente da ONG Controle Cidadão e crítica do regime chavista, está detida desde o último dia 9 e enfrenta acusações por traição e conspiração contra a ditadura.
Em uma coletiva de imprensa, Saab afirmou que a ativista realizou reuniões com autoridades de pelo menos quatro países europeus para compartilhar segredos de Estado do regime de Maduro.
O procurador-geral questionou o motivo desses encontros e alegou ter evidências de reuniões semelhantes com outras três potências estrangeiras. Além disso, Saab acusou Rocío de agir mais como uma espiã do que como defensora dos direitos humanos, sem apresentar provas concretas.
A defesa da ativista negou as acusações e afirmou que as novas alegações fazem parte de um esforço para silenciar vozes dissidentes e atacar a liberdade de expressão. O advogado Joel García ressaltou que é comum para ONGs de direitos humanos manter relações com embaixadas, e que se reunir com delegações diplomáticas não implica em atividades de espionagem.
A detenção de Rocío San Miguel tem gerado preocupação internacional. A Missão Internacional Independente da ONU para a Venezuela, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e a Anistia Internacional, juntamente com centenas de ONGs locais, exigiram o respeito aos direitos da ativista e o fim da perseguição política.
Enquanto isso, o ditador Nicolás Maduro acusou o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) em Caracas de espionagem e conspiração. O regime venezuelano suspendeu as atividades do escritório e ordenou a expulsão de 13 funcionários, alegando violações aos termos e princípios do acordo assinado.
Esses acontecimentos reforçam a crescente perseguição política na Venezuela, com a criminalização de ativistas e o enfraquecimento das instituições democráticas. A comunidade internacional continua a denunciar as violações aos direitos humanos e a pressionar por mudanças no país.
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