Câmara dos EUA aprova impeachment do Secretário de Segurança Interna

Alejandro Mayorkas é acusado de má gestão da crise migratória na fronteira com o México.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

Washington, 14 de fevereiro de 2024 – A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira (13) o impeachment do Secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, por uma margem de apenas um voto. A decisão, impulsionada pelos Republicanos, foi motivada pela condução de Mayorkas da crise migratória na fronteira sul do país com o México.

Acusado de “recusa intencional e sistemática” em aplicar as leis de imigração e de “quebra da confiança pública”, Mayorkas se tornou o primeiro Secretário de Gabinete em exercício a ser alvo de impeachment na história dos EUA. A votação de 214 a 213 evidencia a profunda divisão política no país, com os Republicanos capitalizando sobre a crise migratória para atacar a administração Biden.

Em resposta ao impeachment, o presidente Biden classificou-o como um “ato flagrante de partidarismo inconstitucional” e defendeu Mayorkas, salientando que ele e sua família são imigrantes cubanos que vieram aos EUA como refugiados políticos. Biden também criticou os Republicanos por rejeitarem um projeto de lei bipartidário de segurança nas fronteiras, priorizando a política sobre soluções reais.

O processo de impeachment agora segue para o Senado, onde é improvável que prospere devido à maioria Democrata. A previsão é que o assunto seja discutido a partir do dia 26 de fevereiro, quando os senadores retornarem do recesso.

A crise migratória representa um dos maiores desafios para o governo Biden. Além de ser um tema explorado pela oposição Republicana, o aumento no número de migrantes na fronteira sul coloca em xeque a eficácia da política migratória federal, especialmente diante da oposição de estados fronteiriços governados por Republicanos.

Enquanto a Câmara votava pelo impeachment de Mayorkas, o governo Biden finalizou a negociação de uma nova legislação com apoio bipartidário no Senado. A proposta vincula a aprovação de ajuda financeira à Ucrânia e Israel a investimentos na segurança da fronteira sul. No entanto, o ex-presidente Trump pressiona os Republicanos da Câmara a manterem sua oposição ao plano.

Apesar das dificuldades para aprovar a nova legislação em um ano eleitoral, Biden reconheceu a gravidade da situação na fronteira e admitiu que o país enfrenta uma crise. Ele chegou a afirmar que fecharia a fronteira caso a nova legislação fosse aprovada, demonstrando alinhamento com a oposição e antecipando um dos efeitos do projeto: a criação de gatilhos para bloquear a passagem caso o número de migrantes ultrapasse determinados limites.

A crise migratória na fronteira sul dos EUA permanece como um desafio urgente para o governo Biden, que busca soluções para controlar a situação e promover uma política migratória mais eficiente.

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