Em frente ao Palácio Nacional, sede do governo mexicano, os manifestantes exigiam que fossem recebidos pelo presidente.
Por Camila Fernandes | GNEWSUSA
Nesta quarta-feira (6), durante um protesto em frente ao Palácio Nacional, sede do governo mexicano, manifestantes derrubaram uma das portas do edifício usando uma caminhonete. As imagens gravadas do ocorrido mostram o veículo dando ré repetidamente, atingindo a porta antes de homens encapuzados entrarem pelo acesso derrubado. As forças de segurança intervieram, contendo os manifestantes pouco depois.
Dezenas de pessoas participavam do protesto em relação à tragédia de Ayotzinapa, que ocorreu em 2014 na cidade de Iguala, uma das mais violentas do país. Na ocasião, 43 alunos desapareceram de uma escola rural, e até hoje não há esclarecimentos satisfatórios sobre o ocorrido. Os manifestantes, buscando respostas, expressaram sua indignação em frente ao Palácio Nacional.
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, realizava uma conferência de imprensa no mesmo local quando o incidente ocorreu. Ele caracterizou o acontecimento como um “movimento contra nós, um plano de provocação muito claro” durante entrevista aos jornalistas.
Os manifestantes exigiam serem recebidos pelo presidente para discutir a questão de Ayotzinapa. López Obrador afirmou que não responderia com violência, destacando: “Não somos repressores. A porta será consertada, e não há problema”.
Estou analisando e conduzindo tudo, porque o que importa para mim é encontrar os jovens e a atitude, não dos pais, mas dos conselheiros e das organizações que supostamente defendem os direitos humanos, é uma atitude política, na melhor das hipóteses, muito conflituosa contra nós, provocativo e não queremos confronto nenhum, destacou o presidente ao ser questionado sobre o assunto durante a coletiva.
O incidente destaca a crescente insatisfação e frustração da população em relação à falta de resolução do caso Ayotzinapa, bem como a demanda por transparência e prestação de contas por parte do governo mexicano. É a primeira vez que um incidente desse tipo ocorre no mandato de seis anos do Presidente López Obrador.
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