
Violência e instabilidade no Haiti geram preocupações com a segurança das fronteiras e movimentações migratórias.
Por Camila Fernandes | GNEWSUSA
A República Dominicana está intensificando suas medidas de segurança fronteiriça diante da escalada da violência e instabilidade no Haiti, país vizinho que enfrenta uma crise sem precedentes. Com gangues controlando vastas áreas da capital Porto Príncipe e milhões de pessoas necessitando de ajuda humanitária, a República Dominicana teme consequências negativas em sua própria segurança e fluxo migratório.
Estima-se que cerca de 5 milhões de haitianos precisem de assistência humanitária, com 362 mil haitianos deslocados internamente. A violência extrema nas ruas da capital, onde 160 mil pessoas foram deslocadas, levou à preocupação com a segurança nas fronteiras compartilhadas.


Apesar da proximidade geográfica, os refugiados haitianos não estão sendo autorizados a entrar na República Dominicana, mesmo com a crise humanitária em curso. O presidente dominicano, Luis Abinader, fez um apelo à ação durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, alertando sobre a necessidade de proteger a segurança nacional.
A construção de um extenso muro fronteiriço, chamado de “cerca de segurança inteligente”, é uma das medidas adotadas para conter possíveis movimentos migratórios. Estendendo-se por cerca de 160 quilômetros, o muro é equipado com tecnologia de vigilância avançada, como drones e câmeras de 360 graus, visando fortalecer o controle da fronteira.

Embora as autoridades dominicanas sustentem que o muro tem sido eficaz na proteção contra gangues haitianas e na redução de crimes, algumas críticas surgiram em relação à política de linha-dura que impede os haitianos de buscar refúgio no país vizinho.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, o sucesso da República Dominicana em regular as passagens de fronteira é considerado por alguns como uma validação das políticas de segurança fronteiriça. O deputado republicano August Pfluger ressaltou a importância dessas medidas para a segurança nacional, criticando a politização do debate sobre muros fronteiriços nos EUA.
Diante da crise no Haiti, permanece a incerteza sobre a colaboração entre os Estados Unidos e a República Dominicana para lidar com a situação e a possível abertura das fronteiras dominicanas aos refugiados haitianos. O Departamento de Estado dos EUA não comentou sobre as discussões diplomáticas em andamento.
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