Israel desafia apelos dos EUA e realiza ataques na província de Isfahan, elevando o risco de escalada no conflito.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
Israel desencadeou ataques na província iraniana de Isfahan, marcando uma escalada significativa nas tensões do Oriente Médio e desafiando as diretrizes do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para a região. Os ataques, conduzidos por drones israelenses na ultima sexta-feira (19), representam uma mudança na dinâmica regional, quebrando o tabu contra ataques militares diretos no território um do outro.
Ao selecionar um alvo dentro do Irã, em vez de restringir a resposta aos representantes iranianos na Síria ou no Iraque, Israel intensificou consideravelmente o confronto, aumentando a possibilidade de uma escalada descontrolada. Essa ação seguiu-se a um ataque israelense aos edifícios consulares iranianos em Damasco, na Síria, que resultou na morte de dois altos oficiais do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica.
Os ataques israelenses parecem demonstrar a capacidade de Israel de escapar às defesas iranianas e se aproximarem das instalações nucleares iranianas sem provocar uma resposta que leve a um conflito total. No entanto, a região está tão tensa que é difícil para cada lado avaliar com precisão a reação do outro.
Horas antes dos ataques israelenses, o Irã havia alertado que qualquer ataque israelense teria uma resposta robusta. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, afirmou que tal ação seria “imediata e de nível máximo”.
Apesar disso, as primeiras indicações sugerem que o Irã está preparado para encerrar esta fase de escalada sem subir outro degrau no confronto, e Israel, apesar de rejeitar apelos à contenção, pode ter levado em consideração as preocupações dos EUA e do Ocidente sobre uma grande guerra regional.
A questão agora é se ambos os lados satisfizeram os imperativos de demonstrar dissuasão e manter sua reputação, ou se estão destinados a entrar num novo ciclo de escalada que tornará a crise ainda mais perigosa.Os relatórios iniciais sugerem que a ação foi limitada e não teve como alvo as instalações nucleares iranianas na área. A reação dos EUA a estas ações é crucial.
A Casa Branca deixou claro que não se juntaria a quaisquer ações ofensivas israelenses contra o Irã, mas as forças militares dos EUA poderiam ser chamadas a defender Israel no caso de uma grande retaliação iraniana.A escalada das tensões no Oriente Médio tem implicações políticas significativas para o presidente Joe Biden, que já enfrenta críticas por sua abordagem em relação a Israel. A situação também aumenta a incerteza na região, com o risco de uma escalada ainda maior no conflito entre Israel e o Irã.
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