
Parlamentar acusado de ser mandante do assassinato de Marielle Franco busca presença na Câmara dos Deputados e facilidade em atos processuais no STF
Por Ana Raquel|GNEWSUSA
Na segunda-feira 27 maio, a defesa do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) solicitou a transferência do parlamentar da Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, para a Penitenciária Federal de Brasília, conhecida como Papuda. Brazão, apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), busca a mudança para acompanhar de perto o processo de cassação do seu mandato na Câmara dos Deputados.
O pedido foi enviado ao STF, que ordenou a prisão de Brazão em 24 de março. Também foram presos Domingos Brazão, conselheiro do TCE-RJ, e o delegado Rivaldo Barbosa, acusados de planejar a morte de Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018.
A defesa de Brazão argumenta que a transferência para Brasília é crucial para permitir a participação do deputado nas sessões do Conselho de Ética da Câmara, que iniciou um processo de cassação contra ele no dia 15 de maio. A presença de Brazão no Congresso é considerada vital para a defesa do seu mandato.
Adicionalmente, a defesa destaca que a mudança para Brasília facilitará a participação de Brazão nos atos instrutórios a serem realizados no STF, evitando deslocamentos constantes entre Campo Grande e a capital federal. “A transferência do peticionante para o Presídio Federal do Distrito Federal também é oportuna para a instrução do presente feito, uma vez que viabilizará o comparecimento de Francisco Brazão aos atos instrutórios que serão realizados perante o Supremo Tribunal Federal, evitando constantes deslocamentos durante todo o curso do processo”, argumenta a defesa.
O avanço do inquérito da Polícia Federal (PF) revelou que Brazão teria direcionado verbas para obter vantagens indevidas, destinando emendas para a ONG Contato, pressionada por um assessor do deputado para repasses a uma empresa da família do parlamentar. Documentos apreendidos pela PF reforçaram as suspeitas sobre o crescimento do patrimônio da família Brazão, que inclui dezenas de imóveis na zona oeste do Rio, área controlada pela milícia, possivelmente utilizados para lavagem de dinheiro de atividades ilegais.
Em delação premiada, o ex-policial militar Ronnie Lessa, um dos executores confessos do assassinato de Marielle, declarou que os irmãos Brazão prometeram um lucro de até R$ 100 milhões com a morte da vereadora. O crime permitiria a Lessa um loteamento irregular na zona oeste do Rio e a exploração de atividades ilegais como “gatonet” e transporte clandestino.
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