Lula frustrado com críticas ao déficit fiscal: Ele sugere que ignorar o problema é a melhor opção

Presidente demonstra irritação com críticas à política fiscal, mas números revelam urgência na abordagem do déficit.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

O presidente Lula tem expressado frustração diante das críticas à política fiscal de seu mandato, reagindo com irritação à menção do déficit. Em recente pronunciamento no programa “Bom Dia, Presidente”, da Empresa Brasil de Comunicação, manifestou sua aversão ao tema, preferindo relegá-lo ao silêncio. Contudo, tal postura, embora compreensível para alguns, revela uma negação preocupante da realidade econômica do país.

Segundo Lula, discutir o déficit fiscal não é produtivo, sugerindo que outros países seguem essa abordagem. No entanto, dados recentes do Banco Central indicam um aumento significativo na dívida brasileira desde o início de seu mandato, alcançando a marca de R$ 8,347 trilhões em março de 2024, representando 75,7% do PIB. Além disso, relatórios da Instituição Fiscal Independente (IFI) apontam uma deterioração séria no resultado fiscal estrutural, passando de um superávit para um déficit em poucos anos.

Embora o presidente insista em diferenciar gastos de investimentos, a realidade econômica desafia essa narrativa. Enquanto Lula destaca um suposto “déficit social”, é importante reconhecer que os mais afetados por uma política fiscal irresponsável são os menos privilegiados. A recessão, o desemprego e a inflação resultantes da falta de responsabilidade fiscal prejudicam diretamente aqueles que mais precisam de apoio.

As comparações de Lula com países ricos e altamente endividados ignoram as nuances da situação brasileira. Enquanto nações como os Estados Unidos e o Japão conseguem rolar suas dívidas a juros baixos, o Brasil enfrenta desafios distintos. A dívida brasileira em relação ao PIB supera a média da América Latina e dos países emergentes, destacando a urgência de uma abordagem mais responsável.

Apesar das promessas da ministra do Planejamento, Simone Tebet, de apresentar um pacote abrangente de cortes de gastos, a disposição de Lula para implementar medidas de ajuste permanece incerta. Diante desse cenário, é crucial questionar se tais cortes serão efetivos ou meramente cosméticos.

Em última análise, a recusa de Lula em enfrentar a questão do déficit fiscal pode resultar em consequências graves para a economia brasileira. Enquanto o presidente busca evitar o tema, a urgência de uma abordagem responsável e estrutural se torna cada vez mais evidente.

Leia mais 

STF retomará na quarta-feira o julgamento sobre assédio judicial contra jornalistas

Reconstrução do RS pode ser prejudicada por eleições, afirma Eduardo Leite

Presidente do Irã, Ebrahim Raisi, morre em queda de helicóptero aos 63 anos

TPI solicita prisões de Netanyahu e líderes do Hamas por crimes de guerra 

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*