Jorge Adir Barcelos dos Santos, 59 anos, foi encontrado em um barraco improvisado próximo à rodovia Freeway (BR-290) na manhã da última segunda-feira (27/5) em Porto Alegre, zona norte da cidade, onde buscava abrigo da chuva e do frio. Ele relata que está nessa situação há 23 dias.
Residente na região dos bairros Farrapos e Humaitá, Santos viu sua casa e seu caminhão, usado para fretes, serem inundados pela enchente que atingiu a capital gaúcha. Agora, ele busca ajuda para recuperar o veículo e retomar seu trabalho diário. “Sem meu meio de trabalho, vai ser muito difícil”, lamenta.
Jorge Adir Barcelos dos Santos, 59, teve a casa alagada e recorria a um barraco improvisado junto à rodovia Freeway (BR-290) para se proteger da chuva na manhã desta segunda (27/5). Foto: Leonardo Vieceli.
Enquanto áreas centrais como o Centro Histórico, Menino Deus e Praia de Belas começam a se recuperar, com a água baixando e moradores limpando prédios e lojas, os bairros Farrapos e Humaitá seguem inundados. Carros estão submersos e moradores continuam em situação de emergência.
Jessica joga com outros três amigos num abrigo provisório montado no Clube do Grêmio Náutico União em Porto Alegre. Foto: Bruno Santos.
A situação levou os moradores a protestarem, bloqueando o trânsito na Freeway, em busca de ações mais efetivas por parte da prefeitura. A região é caracterizada por moradias simples e pequenos comércios, onde as famílias, muitas vezes, dependem de atividades informais para sobreviver.
Enquanto isso, especialistas apontam que a demora na melhora da situação nessas áreas pode ser resultado de uma combinação de fatores, incluindo o volume de chuvas e a infraestrutura urbana mais precária. A previsão é de que o nível do Guaíba, o lago que banha Porto Alegre, continue baixando lentamente, o que dificulta a redução rápida das inundações.
Empresários e comerciantes, como Marcelo Mesko e Raphael Garcia de Oliveira, enfrentam prejuízos significativos. Mesko, funcionário público, ficou 26 dias fora de casa devido à enchente que atingiu seu prédio no Centro Histórico, enquanto Oliveira, dono de restaurante, estima um prejuízo de R$ 150 mil, fora a mercadoria perdida e os dias sem trabalhar.
Moradora caminha pela rua alagada em Porto Alegre. Foto: Anselmo Cunha.
Para superar a crise, Oliveira destaca a importância de medidas de apoio, como a concessão de crédito com taxas de juros mais baixas. Ele prevê que serão necessários pelo menos um ano para recuperar o faturamento anterior.
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