Antecipação do 13º e despesas extras impulsionam resultado negativo, segundo Tesouro Nacional.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
O Tesouro Nacional divulgou na ultima quarta-feira (26) que o pagamento do 13º aos beneficiários do INSS e os custos extras relacionados à calamidade no Rio Grande do Sul resultaram em um déficit de R$ 61 bilhões para o governo central em maio.
Este é o segundo pior resultado para o mês desde 1997, ficando atrás apenas de 2020, quando o governo enfrentou desafios financeiros significativos devido à pandemia de Covid-19, acumulando um déficit de R$ 165,1 bilhões em termos atualizados.
As contas do governo central englobam Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social. Embora a receita líquida tenha crescido 9% em termos reais comparada ao mesmo período de 2023, as despesas aumentaram ainda mais rápido, crescendo 14% acima da inflação.
Com este resultado, as finanças públicas revertem a tendência positiva observada nos primeiros quatro meses do ano, acumulando um déficit de R$ 30 bilhões até agora em 2024, o pior desempenho para o período desde 2020.
Em entrevista coletiva, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, destacou que a antecipação de pagamentos teve um impacto significativo nos resultados.
Ele também mencionou que o gasto total de R$ 110,1 bilhões com benefícios previdenciários em maio superou as previsões iniciais do governo, principalmente devido à antecipação de pagamentos aos segurados gaúchos e a despesas inesperadas adicionais.
A aceleração nas concessões de benefícios previdenciários, que reduziu a fila de espera do INSS, é vista como positiva para os beneficiários, mas contribui para o aumento das despesas obrigatórias num contexto fiscal que limita o crescimento total a 2,5% acima da inflação.
Ceron enfatizou que as medidas para garantir uma trajetória fiscal sustentável serão rigorosamente implementadas, respondendo às recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a possibilidade de ajustes fiscais por meio de aumento da arrecadação, em vez de cortes de gastos.
A gestão das receitas também enfrenta incertezas, com a necessidade de compensar a perda de arrecadação através de contingenciamentos e o desafio das medidas de receitas extras aprovadas pelo Congresso Nacional, que têm apresentado desempenho abaixo do esperado.
O debate sobre a necessidade de um contingenciamento significativo no relatório bimestral de julho continua, com economistas estimando que o governo precisará ajustar os gastos para cumprir as metas fiscais estabelecidas, mantendo um equilíbrio entre responsabilidade fiscal e demandas sociais importantes.
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