Ex-presidente Ahmadinejad oficializa sua candidatura nas eleições do Irã

Inscrição ainda será analisada pelo Conselho Guardião do país, que decidirá até 11 de junho se o ex-presidente poderá ou não concorrer

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

O ex-presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, 67 anos, oficializou no último domingo (2), sua candidatura para as próximas eleições do país em um movimento que agita o cenário político iraniano. Embora o pleito esteja marcado para 28 de junho, a validade da candidatura de Ahmadinejad está pendente da análise do Conselho Guardião do país, composto por clérigos, que anunciará as candidaturas aceitas até 11 de junho.

Ahmadinejad, um ex-integrante da Guarda Revolucionária do Irã, já ocupou a presidência do país entre 2005 e 2013. Sua tentativa de concorrer novamente em 2018 foi frustrada pelo Conselho Guardião, o mesmo órgão que agora analisará sua inscrição para estas eleições.

O ex-presidente iraniano esteve envolvido em eventos de relevância internacional durante seu mandato, incluindo a aceitação preliminar do acordo nuclear proposto pelo Brasil e pela Turquia em 2010, conhecido como Declaração de Teerã. Na época, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva buscou articular uma parceria com Ahmadinejad, em uma tentativa de mediar a questão nuclear iraniana e obter reconhecimento internacional, inclusive cogitando sua indicação ao Prêmio Nobel da Paz.

O acordo nuclear, no entanto, foi firmado em 2015 sem a participação do Brasil e da Turquia, envolvendo as potências mundiais conhecidas como P5 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia), além da Alemanha. Sob esse tratado, o Irã concordou em limitar suas atividades nucleares em troca da suspensão das sanções econômicas impostas pelos países signatários.

Desde a saída dos Estados Unidos do acordo em 2018, o Irã tem enfrentado pressões crescentes e o acordo tem estado em um estado de renegociação. Em fevereiro deste ano, o país impediu a visita do diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Rafael Grossi, para inspecionar suas instalações nucleares, levantando preocupações sobre o futuro do acordo.

A possível candidatura de Ahmadinejad às eleições iranianas acrescenta uma camada adicional de complexidade a um cenário político já tenso e instável, tanto dentro do país quanto no âmbito internacional. Agora, resta aguardar a decisão do Conselho Guardião e observar os desdobramentos políticos que essa candidatura poderá trazer para o Irã e para a comunidade internacional.

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