
Ministério das Relações Exteriores nega repatriação de família brasileira ferida em ataque aéreo; auxílio permanece restrito ao suporte médico e realocação.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Em um cenário de desespero e dor, a família de brasileiros atingidos por um bombardeio no Líbano no último sábado (1º de junho) enfrenta a negativa do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) para sua repatriação ao Brasil. Fatima Boustani e seus quatro filhos, todos com dupla nacionalidade, foram duramente impactados pelo ataque aéreo israelense na cidade de Siddikine, no sul do Líbano.
De acordo com a representação do Brasil no Líbano, a repatriação de cidadãos brasileiros que possuem outra nacionalidade só ocorre em “casos excepcionais”. Em nota oficial, a Embaixada do Brasil no Líbano explicou: “A pedido do Embaixador, venho reiterar que, de acordo com o regulamento consular brasileiro, não se procede à repatriação de brasileiros que também sejam nacionais dos países onde se encontram, salvo em casos excepcionais, a exemplo de repatriações coletivas”.
O Itamaraty confirmou que está prestando auxílio à família, priorizando a recuperação dos feridos. “O atendimento prestado aos brasileiros tem atribuído absoluta prioridade à recuperação dos envolvidos e leva em conta, principalmente, as avaliações realizadas pelas equipes médicas”, afirmou em nota. A embaixada conseguiu transferir Fatima, que está em estado gravíssimo, de Tiro para um hospital em Beirute para receber assistência médica adequada. Sua filha de 10 anos continua hospitalizada, enquanto o filho de 9 anos já recebeu alta.
O marido de Fatima, Ahmad Aidibi, que atualmente reside em São Paulo, planejava trazer a família para o Brasil ainda este ano em busca de melhores condições de vida. Com a negativa da repatriação, Aidibi se encontra em uma situação desesperadora. Hussein Ezzddein, primo de Aidibi, relatou: “O Aidibi está em estado de choque até agora. Ele não come, só fuma… Ele está desesperado, afinal, são crianças né? E ele não consegue fazer nada sozinho sem a ajuda do governo”.
O Ministério das Relações Exteriores destacou que qualquer pedido de repatriação será avaliado com base nas condições de saúde dos envolvidos e conforme a normativa consular vigente, que inclui a vontade expressa do nacional em ser repatriado e uma declaração de hipossuficiência emitida pela Defensoria Pública da União. No caso de menores, é necessária a autorização de ambos os genitores.
Enquanto isso, a família de Fatima permanece no Líbano, enfrentando as incertezas e desafios de uma situação de guerra, com a esperança de que uma solução possa ser encontrada para trazê-los de volta ao Brasil.
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