Nova violência contra o povo Guarani e Kaiowá ocorre mesmo com presença de agentes de segurança no território indígena.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
No último domingo (4), entidades de defesa dos direitos indígenas relataram um novo ataque contra o território Lagoa Panambi, em Douradina, Mato Grosso do Sul, habitado pelos povos Guarani e Kaiowá. A violência ocorreu no mesmo local que já havia sido alvo de ataques no sábado (3), resultando em 10 indígenas feridos a tiros, conforme denunciado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
Os ataques de sábado aconteceram após a retirada da Força Nacional do território. Mesmo com a presença contínua dos agentes da Força Nacional e de servidores do Ministério dos Povos Indígenas e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) no domingo, os criminosos continuaram a ameaçar os indígenas.
A deputada federal Célia Xakriabá (PSol-MG) condenou a situação, afirmando: “Mesmo com a presença da Força Nacional, fazendeiros não se intimidam e iniciaram um novo ataque ao povo Guarani Kaiowá. Eles avançam com caminhonete e disparam contra a comunidade! Não é conflito, é massacre!”
Segundo o CIMI, os agressores eram “jagunços fortemente armados” que utilizaram munição letal e balas de borracha. Dois indígenas estão em estado grave, um com um tiro na cabeça e outro no pescoço. Seis dos feridos foram levados ao Hospital da Vida, em Dourados, e a condição dos outros dois feridos ainda não foi atualizada.
Este ataque se somou a um ocorrido na sexta-feira (2) na mesma área, que não resultou em feridos. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) denunciou o ataque, afirmando que os pistoleiros continuaram disparando contra as comunidades indígenas. O secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas, Eloy Terena, pediu ao Ministério da Justiça e Segurança Pública que mantenha os agentes de segurança no local para evitar novos episódios de violência.
A Força Nacional, com uma equipe de seis viaturas e 18 agentes, assumiu o policiamento da região no domingo. A presença dos agentes foi intensificada para garantir a segurança dos indígenas e prevenir novas agressões. A terra indígena Lagoa Panambi, delimitada pela Funai em 2011, permanece com o processo de demarcação suspenso devido a uma ordem judicial.
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