
María Corina Machado propõe garantias para transição enquanto desafia legitimidade de reeleição de Nicolás Maduro.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A líder oposicionista venezuelana María Corina Machado declarou nesta sexta-feira (9) sua disposição em oferecer “garantias, salvo-conduto e incentivos” ao presidente Nicolás Maduro, visando uma transição pacífica de poder na Venezuela. Machado, que busca validar a vitória de Edmundo González, candidato opositor, nas eleições de 28 de julho, mostrou-se aberta a uma “transição negociada”.
“Estamos decididos a avançar em uma negociação. Será um processo de transição complexo, delicado, no qual uniremos toda a nação”, afirmou Machado à agência de notícias AFP. A oposição venezuelana afirma ter vencido as eleições, enquanto a Justiça eleitoral, acusada de ser aliada de Maduro, declarou a reeleição do presidente sem apresentar as atas eleitorais, documentos essenciais para a verificação dos resultados.
Em meio às tensões políticas, o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, ofereceu “asilo político” a Maduro e sua família, evidenciando o apoio internacional ao movimento oposicionista.
A líder da oposição destacou a responsabilidade da comunidade internacional no apoio à Venezuela: “A comunidade internacional é ‘corresponsável pelo que acontece na Venezuela’, razão pela qual pediu mais esforços para apoiar a reivindicação de vitória da oposição”, enfatizou.
A oposição apresenta um site com cópias de mais de 80% das atas digitalizadas, obtidas através de representantes em grande parte dos locais de votação, como evidência da vitória de González com 67% dos votos. Uma contagem independente realizada pela agência Associated Press corroborou esses números, indicando uma vitória oposicionista por 500 mil votos.
“Maduro perdeu completamente, absolutamente, a legitimidade. Todos os venezuelanos e o mundo sabem que Edmundo González venceu de forma esmagadora e que Maduro pretende impor a maior fraude da história deste país. Sinto-me profundamente orgulhosa do que fizemos, do que a sociedade venezuelana fez, superando todos os obstáculos nas eleições mais desiguais e arbitrárias em termos de abusos do regime”, afirmou Machado.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), entretanto, anunciou a vitória de Maduro com 52% dos votos, alegando ter sido alvo de um ataque cibernético que impediu a publicação das atas. A desconfiança internacional cresce, com ministros das Relações Exteriores de Brasil, Colômbia e México exigindo transparência nos resultados eleitorais.
“Consideram fundamental a apresentação pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) dos resultados das eleições presidenciais de 28 de julho de 2024 desagregados por mesa de votação”, afirmaram os ministros em nota conjunta.
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