
Protesto em São Paulo contrasta com desfile esvaziado de Lula em Brasília.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
No Sete de Setembro, marcado pela crescente polarização no Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a atrair uma multidão impressionante na Avenida Paulista, em São Paulo. O ato teve como foco principal o pedido de impeachment do ministro do STF, Alexandre de Moraes, e a anistia para os chamados presos políticos, acusados de tentativa de golpe de estado.
Desde as primeiras horas da manhã, manifestantes vestidos de verde e amarelo, empunhando bandeiras do Brasil, ocuparam a avenida. Entre os cartazes, as mensagens de destaque foram “Fora Xandão” e “Anistia Já“, além de agradecimentos a Elon Musk, dono da rede social X, por seu apoio à liberdade de expressão.
Bolsonaro, último a discursar, classificou essas prisões como uma “farsa” e reforçou o pedido de liberdade para os manifestantes.
“Precisamos lutar pela anistia desses patriotas. O que fizeram com eles foi uma injustiça. Não houve golpe, houve uma manifestação legítima de um povo que quer seu país de volta”, afirmou Bolsonaro, sob aplausos da multidão que lotava a famosa avenida.
O evento em São Paulo, marcado por centenas de milhares de pessoas, contrastou de forma nítida com o desfile de Sete de Setembro em Brasília, comandado pelo presidente Lula. O público na Esplanada dos Ministérios foi considerado o menor de todos os tempos, com vastos espaços vazios nas arquibancadas, o que chamou a atenção. Apenas o palanque das autoridades, onde estavam presentes figuras como o vice-presidente Geraldo Alckmin, o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha e o presidente do STF, Luís Barroso, estava completamente ocupado.
Enquanto o desfile de Brasília era transmitido para o Brasil, a concentração na Paulista parecia lembrar os tempos em que Bolsonaro ainda era presidente, quando grandes multidões se reuniam nas ruas para apoiá-lo. O ex-presidente destacou essa diferença ao mencionar o ato em São Paulo: “Aqui está o povo de verdade, que luta por um Brasil livre. O que vimos em Brasília foi uma tentativa fracassada de esconder a rejeição popular.”
Entre os presentes no protesto em São Paulo estavam figuras de peso da política, como o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, e diversos parlamentares aliados de Bolsonaro. O clima do evento foi de forte crítica ao atual governo e ao STF, especialmente em relação ao ministro Alexandre de Moraes, que foi alvo de várias manifestações durante o ato.
Para muitos que participaram do evento, a luta pela liberdade dos presos políticos é uma causa urgente. “Essas pessoas estão presas por se manifestarem, por exercerem seu direito de opinião. Isso é inadmissível em uma democracia”, disse um dos parlamentares presentes. O sentimento de indignação ficou claro ao longo de todo o protesto, com a multidão repetindo palavras de ordem contra o STF e o governo federal.
Ao final, Bolsonaro concluiu seu discurso pedindo união entre os brasileiros e reforçou sua oposição às medidas atuais do governo: “Não podemos aceitar o que estão fazendo com o nosso país. A luta pela liberdade continua, e não vamos descansar até que todos os injustiçados sejam libertados.”
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