ANVISA atualiza imagens e mensagens de advertência em embalagens de cigarro para reforçar conscientização sobre os riscos do tabagismo

Impacto das novas medidas visa aumentar a percepção dos danos causados pelo fumo, com advertências visuais e textos mais diretos, além de QR Codes acessíveis
Por Paloma de Sá| GNEWSUSA

Em uma importante ação que visa reforçar a luta contra o tabagismo no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) realizou uma audiência pública nesta sexta-feira para apresentar um novo conjunto de imagens e textos de advertência que serão inseridos nas embalagens de produtos fumígenos derivados do tabaco. A iniciativa busca aumentar a conscientização sobre os riscos à saúde associados ao fumo, abordando não apenas os fumantes, mas também o impacto do fumo passivo.

As novas advertências, que consistem em sete imagens gráficas acompanhadas de textos contundentes, têm como objetivo chocar e sensibilizar o público de forma mais efetiva. As embalagens passarão a exibir fotos de pulmões danificados pelo fumo, corações afetados por doenças cardiovasculares e outras representações visuais que destacam os danos à saúde causados pelo cigarro. Os textos complementam as imagens com mensagens diretas, como “Fumar provoca câncer”, “Fumo passivo mata” e “O cigarro causa morte precoce”, com o objetivo de aumentar a percepção dos perigos do uso do tabaco.

Medida segue tendências globais e visa reforçar políticas públicas de saúde

A decisão da ANVISA está alinhada com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que defende o uso de advertências visuais fortes para ajudar a reduzir o consumo de tabaco em todo o mundo. Desde a implementação das primeiras advertências nas embalagens de cigarro, o Brasil tem sido um dos países pioneiros no uso de imagens gráficas para dissuadir o uso do tabaco. Segundo a ANVISA, essas atualizações são necessárias para manter a eficácia das campanhas de saúde, já que as mensagens atuais, que estão em uso desde 2013, começam a perder impacto ao longo do tempo.

As novas advertências serão obrigatórias a partir de outubro de 2025, dando à indústria de tabaco um prazo de 12 meses para adequar as embalagens às novas exigências. As advertências visuais cobrirão 60% da parte frontal e traseira das embalagens, como estipulado pela regulamentação, além de serem exibidas em expositores e mostruários de cigarros.

Além das advertências visuais e textuais, a ANVISA introduziu inovações para facilitar o acesso das pessoas com deficiência visual. Um dos destaques é a inclusão de QR Codes nas embalagens que direcionarão os consumidores a conteúdos em áudio, onde as advertências serão explicadas detalhadamente. Essa medida faz parte de um esforço para ampliar o alcance das campanhas de conscientização e tornar as informações sobre os danos do tabagismo acessíveis para todos.

Audiência pública e consulta social

Durante a audiência pública realizada na sede da ANVISA em Brasília, especialistas, representantes de organizações da saúde e o público em geral tiveram a oportunidade de discutir as mudanças e sugerir melhorias antes que a proposta final seja formalizada como norma. O evento foi conduzido pela Gerência-Geral de Registro e Fiscalização de Produtos Fumígenos (GGTAB) da ANVISA, sob a liderança de Stefania Piras, que destacou a importância das campanhas visuais de saúde pública no combate ao tabagismo.

“As advertências sanitárias precisam ser atualizadas regularmente para manter sua eficácia na comunicação dos principais danos à saúde causados pelo consumo de derivados do tabaco”, afirmou Stefania Piras durante a apresentação. Ela ressaltou que a combinação de imagens fortes e mensagens claras desempenha um papel crucial na redução do número de fumantes e na prevenção de novas gerações de consumidores de tabaco.

A audiência foi de caráter consultivo, e as contribuições dos participantes serão analisadas e incorporadas ao texto final da norma que regulamentará as novas embalagens. A ANVISA espera que, com essas mudanças, o Brasil continue a ser referência global na luta contra o tabagismo, uma das principais causas de morte evitável no mundo.

Impacto nas políticas de saúde e reações de especialistas

A introdução dessas novas imagens e mensagens é parte de um esforço contínuo do governo brasileiro para reduzir ainda mais o consumo de tabaco, que já apresenta uma queda significativa nas últimas décadas. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil viu uma redução considerável no número de fumantes desde a implementação das primeiras campanhas de advertência nas embalagens de cigarro, juntamente com outras políticas de controle do tabaco, como a proibição da publicidade de cigarros e o aumento de impostos sobre produtos fumígenos.

Especialistas em saúde pública, como os representantes do INCA, celebraram a medida. “O impacto das advertências visuais é inegável. Ao trazer imagens tão fortes e mensagens claras sobre os danos do cigarro, estamos educando a população e salvando vidas”, afirmou um porta-voz do INCA. Ele destacou que o uso de imagens perturbadoras tem sido uma estratégia bem-sucedida em outros países e que, com a atualização das advertências, o Brasil continuará na vanguarda do combate ao tabagismo.

Foco no fumo passivo e nas populações vulneráveis

As novas advertências também focam nos efeitos do fumo passivo, que afeta milhões de brasileiros, incluindo crianças. As imagens nos expositores e mostruários destacarão os danos causados pelo fumo passivo, como asma infantil e outros problemas respiratórios. A ANVISA destacou a importância de sensibilizar o público sobre os riscos para não fumantes, especialmente dentro de ambientes familiares.

“Proteger as gerações futuras é um dos principais objetivos desta campanha”, afirmou um dos membros da equipe técnica da ANVISA. Além de atingir os fumantes, a campanha busca conscientizar pais, responsáveis e toda a sociedade sobre os riscos do fumo passivo, que também é responsável por milhares de mortes anualmente.

Com as novas imagens, textos e inovações tecnológicas nas embalagens de cigarros, a ANVISA reafirma seu compromisso com a saúde pública e o combate ao tabagismo. A iniciativa não só atende a diretrizes internacionais, como também visa garantir que o Brasil continue avançando na proteção de sua população contra os males causados pelo tabaco. A expectativa é que, com essas novas advertências, o país consiga reduzir ainda mais o número de fumantes e prevenir o surgimento de novos consumidores, especialmente entre os jovens e populações mais vulneráveis​.

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