Edmundo González recebe apoio de Juan Delpino contra fraudes nas eleições da Venezuela

Encontro reforça crítica ao processo eleitoral venezuelano enquanto Delpino relata pressão e fraudes que levaram à sua saída do país.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

O ex-candidato presidencial da oposição venezuelana, Edmundo González Urrutia, compartilhou em suas redes sociais uma foto ao lado de Juan Delpino, um dos reitores do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela. Delpino é conhecido por denunciar a “falta de transparência e veracidade” nas eleições de 28 de julho, um posicionamento que o levou a deixar a Venezuela em busca de segurança.

“É importante lembrar que o reitor Delpino foi o único ausente no anúncio dos resultados fraudulentos na noite da eleição presidencial, que obrigaram ele a deixar o país, escreveu González em sua publicação, feita no domingo (6). A declaração reforça as críticas ao processo eleitoral que deu vitória ao presidente Nicolás Maduro, sem que o CNE apresentasse as atas detalhadas dos resultados.

Durante o encontro, Delpino compartilhou com González detalhes sobre os eventos ocorridos no dia das eleições dentro do órgão eleitoral. Segundo González, o reitor “transmitiu detalhadamente a experiência do que viveu no dia 28 de julho nas instalações do órgão eleitoral” e afirmou que o relato de Delpino reflete o desejo da maioria dos venezuelanos por mudanças no país.

Em agosto, em uma entrevista, Delpino se desculpou com os venezuelanos, lamentando não ter conseguido implementar um plano para garantir “eleições aceitas por todos”. A ausência de Delpino durante a proclamação de Maduro como vencedor da eleição presidencial é vista como um protesto silencioso contra as irregularidades que ele havia denunciado.

Apesar da pressão política, González destacou, durante o Fórum La Toja na Espanha, que sua saída da Venezuela é temporária, mesmo com as “pressões indescritíveis e ameaças extremas” que enfrentou.

Enquanto isso, o governo de Maduro tenta desqualificar a posição de Delpino e de outros membros da oposição. Diosdado Cabello, ministro do Interior da Venezuela, chamou Delpino de “traidor do país”, afirmando que ele se tornou a “esperança da oposição”, em uma tentativa de desacreditar seu relato.

A crise política na Venezuela se agrava com a não aceitação dos resultados eleitorais por parte da oposição e da comunidade internacional. A oposição afirma que Edmundo González, aliado de María Corina Machado, teria vencido a eleição com quase 70% dos votos, enquanto o CNE declarou Maduro como vencedor com mais de 50%.

O Ministério Público venezuelano abriu uma investigação contra González, alegando usurpação de funções do poder eleitoral pela divulgação das atas que questionavam os resultados oficiais. Desde então, González foi convocado três vezes para depoimentos e acabou buscando asilo na Espanha para evitar a prisão.

Organizações de Direitos Humanos relatam que, após as eleições de 28 de julho, pelo menos 2.400 pessoas foram presas e 24 perderam a vida devido à repressão do governo. Esses números evidenciam o clima de perseguição política no país, onde opositores são silenciados e enfrentam a repressão por contestar o regime de Maduro.

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