Ministério da Saúde foca na saúde pública ao discutir o controle do consumo de álcool

Reunião destaca os efeitos nocivos do álcool na saúde e propõe estratégias preventivas
Por Paloma de Sá|GNEWSUSA

Na segunda-feira, 21 de outubro de 2024, o Ministério da Saúde promoveu uma reunião em Brasília com representantes de diferentes órgãos governamentais e organizações internacionais para discutir políticas públicas de controle do consumo de álcool no Brasil. O encontro teve como objetivo a construção de uma agenda colaborativa para enfrentar os impactos do consumo de bebidas alcoólicas no país, que afeta a saúde pública, a segurança e a economia.

Entre as entidades presentes estavam a Fundação Oswaldo Cruz, Polícia Federal, Receita Federal, além de ministérios como o da Justiça, Agricultura e Trabalho. Cada um desses setores apresentou as ações em andamento e os desafios encontrados em relação à implementação de políticas voltadas para o controle do álcool, ressaltando a importância da cooperação entre os órgãos.

Impactos alarmantes do álcool na saúde e segurança

Dados apresentados durante a reunião destacaram o impacto devastador do álcool na saúde pública. De acordo com o Sistema de Informações de Mortalidade, o consumo de álcool foi responsável por mais de 21 mil mortes no Brasil em 2022, o que significa que duas pessoas perdem a vida a cada hora devido ao uso de bebidas alcoólicas. Globalmente, o álcool resultou em 1,8 milhão de mortes em 2021, segundo o estudo Carga Global de Doenças.

Outro dado preocupante veio da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2019, que revelou que 63% dos adolescentes brasileiros entre 13 e 17 anos já consumiram álcool, com 35% tendo experimentado antes dos 13 anos. Esse padrão de consumo precoce tem sido um fator agravante no desenvolvimento de doenças crônicas e infecções.

Além dos problemas de saúde, o álcool também está diretamente relacionado a acidentes de trânsito. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que dirigir sob a influência de álcool foi responsável por 27% de todos os acidentes rodoviários no mundo. No Brasil, dados de 2017 mostraram que mais de 13% dos atendimentos de emergência após acidentes de trânsito envolveram motoristas que haviam ingerido álcool.

Custos econômicos e propostas de soluções

O impacto econômico do consumo de álcool também foi tema de destaque. A diretora do Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis (DAENT), Letícia Cardoso, alertou que os custos relacionados ao tratamento de doenças ligadas ao álcool são imensos. Em 2018, o SUS gastou mais de R$ 1,7 bilhão apenas com tratamentos de cânceres causados pelo consumo de álcool, e essa cifra pode aumentar para R$ 4,1 bilhões anuais até 2040.

Uma das propostas discutidas durante o encontro foi a implementação de impostos seletivos sobre bebidas alcoólicas, uma medida já adotada em outros países com resultados positivos. O objetivo é aumentar o preço das bebidas, reduzindo o consumo, especialmente entre os jovens.

Próximos passos

A reunião concluiu com o compromisso de fortalecer as políticas de prevenção e controle do álcool no Brasil por meio de uma abordagem intersetorial. O Ministério da Saúde pretende consolidar as propostas discutidas e apresentar um plano de ação mais abrangente nos próximos meses, com o intuito de mitigar os efeitos do consumo de álcool na saúde pública e na economia do país.

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