Imagens de satélite revelam o crescimento da fábrica de mísseis em Hamhung, enquanto a Ucrânia denuncia o uso de armamentos norte-coreanos pela Rússia.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA
A Coreia do Norte está intensificando suas atividades na produção de mísseis de curto alcance, que têm sido utilizados pela Rússia em sua invasão à Ucrânia. Pesquisadores do Middlebury Institute of International Studies at Monterey analisaram imagens de satélite que mostram a ampliação da usina 11 de fevereiro, localizada no Complexo de Máquinas Ryongsong, na cidade de Hamhung, a segunda maior do país.
As imagens revelam a construção de um novo prédio destinado à montagem e uma unidade adicional para acomodar trabalhadores, indicando um aumento significativo na capacidade produtiva da fábrica. Sam Lair, pesquisador associado ao Centro James Martin de Estudos de Não Proliferação (CNS), destacou que a instalação já era conhecida por produzir mísseis balísticos de combustível sólido da classe Hwasong-11.
“Vemos isso como uma sugestão de que eles estão aumentando enormemente, ou tentando aumentar significativamente, a produtividade desta fábrica.”
Além disso, a mídia estatal norte-coreana divulgou imagens do líder Kim Jong-Un visitando as novas instalações, sublinhando a relevância estratégica deste centro de desenvolvimento militar para o regime.
A Ucrânia, por sua vez, denunciou que entre dezembro de 2023 e fevereiro deste ano, aproximadamente 50 mísseis norte-coreanos foram lançados pela Rússia. Embora Moscou e Pyongyang tenham negado as alegações sobre transferência de armamentos, os dois países firmaram um tratado de defesa mútua em junho, comprometendo-se a fortalecer suas relações militares.
A Organização das Nações Unidas (ONU) expressou preocupações sobre o apoio militar da Coreia do Norte à Rússia, mas até o momento não recebeu resposta do regime de Kim Jong-Un.
No contexto mais amplo do conflito, o Irã também se destaca como um fornecedor significativo de armamentos à Rússia. Em setembro, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, denunciou essa colaboração. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Heoriy Tykhyi, indicou que o país poderia reconsiderar suas relações com Teerã devido à entrega inaceitável desses mísseis.
O cenário atual revela um complexo entrelaçamento de interesses militares e políticos que pode ter repercussões significativas para a segurança global e para os desdobramentos da guerra na Ucrânia.
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