
Estudos comprovam que a interação com animais de estimação favorece o desenvolvimento social e emocional de crianças com necessidades especiais.
Por Paloma de Sá| GNEWSUSA
A presença de animais de estimação em casa ou em contextos terapêuticos tem sido apontada como uma ferramenta poderosa para o tratamento de crianças diagnosticadas com transtornos do neurodesenvolvimento, como autismo e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Pesquisas recentes mostram que a convivência com pets, como cães, gatos e até cavalos, proporciona benefícios que vão além da companhia e afeto, influenciando diretamente o comportamento, a comunicação e o bem-estar dessas crianças.
Benefícios emocionais e sociais
Estudos indicam que o contato com animais ajuda crianças com autismo a desenvolverem maior empatia e habilidades sociais. Um estudo publicado no Journal of Pediatric Nursing revelou que crianças autistas que convivem regularmente com cães mostram comportamentos mais positivos em comparação àquelas que não têm contato com pets. O vínculo emocional que os animais promovem age como uma “ponte” que facilita a comunicação com outras pessoas.
Para crianças com TDAH, a convivência com pets também pode ser vantajosa, pois exige rotinas de cuidado que ajudam a promover responsabilidade e disciplina, além de reduzir o nível de estresse e melhorar o foco e a atenção. Esse cuidado diário com o pet pode incentivar comportamentos organizados e contribuir positivamente para o tratamento.
Impacto na comunicação e na redução do estresse
Crianças com autismo frequentemente enfrentam dificuldades em se expressar verbalmente, e a presença de um animal de estimação pode ajudar a criar um ambiente seguro para que essas crianças explorem sua comunicação, mesmo que inicialmente seja de forma não verbal. Cães treinados para a terapia assistida, por exemplo, são capazes de responder a estímulos não verbais, gerando uma interação que não exige palavras e diminuindo a pressão social que essas crianças sentem.
Além disso, a interação com pets libera oxitocina, o “hormônio do bem-estar”, que contribui para a redução dos níveis de cortisol, associado ao estresse. Crianças autistas, na presença de um animal, tendem a se sentir mais relaxadas, o que ajuda a minimizar sintomas de ansiedade e facilita a socialização.
Terapias assistidas com animais
No Brasil, iniciativas de terapias assistidas com animais vêm crescendo em instituições especializadas. Centros terapêuticos e escolas já utilizam cães treinados para apoiar o desenvolvimento de crianças com necessidades especiais. Em algumas dessas práticas, os animais participam de sessões em que a criança realiza atividades supervisionadas, como alimentar o pet ou levá-lo para passear, sempre acompanhada por um terapeuta.
As terapias assistidas com animais têm demonstrado resultados positivos no tratamento de crianças autistas, favorecendo a interação social e a expressão emocional. Além disso, estudos indicam que crianças com TDAH apresentam melhoras na capacidade de manter a atenção durante atividades com pets, o que pode ajudar no desenvolvimento de competências úteis em outros contextos, como o escolar.
Desafios e cuidados necessários
Apesar dos benefícios comprovados, é fundamental que a convivência com animais seja acompanhada por profissionais especializados e que se considere o temperamento do animal. Nem todas as crianças vão se adaptar à presença de um pet, e é importante que o animal seja dócil e treinado para interagir com crianças, evitando reações negativas.
O futuro da terapia com pets
Com o avanço nas pesquisas, a convivência com pets tem sido cada vez mais recomendada para auxiliar crianças com transtornos de neurodesenvolvimento. Além disso, novos programas e estudos estão sendo desenvolvidos para identificar quais tipos de interações e quais espécies de animais trazem benefícios específicos para diferentes transtornos, ampliando ainda mais as possibilidades de tratamento.
A presença de um animal na vida dessas crianças não apenas contribui para seu desenvolvimento emocional e social, mas também fortalece os laços familiares. A inclusão de pets como parte das estratégias terapêuticas representa uma abordagem inovadora e promissora, que transforma não apenas a vida das crianças, mas também das famílias que se beneficiam com a harmonia e alegria trazidas pela interação com os animais.
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