Coqueluche: avanço de casos no Brasil em 2024 reforça a importância da vacinação

Doença respiratória volta a crescer, destacando desafios na cobertura vacinal e proteção de grupos vulneráveis.

Por Paloma de Sá |GNEWSUSA

A coqueluche, também conhecida como tosse comprida, tem causado preocupação devido ao aumento de casos no Brasil em 2024, seguindo uma tendência global. Até outubro, foram confirmados 3.252 casos no país, com 13 óbitos, todos em crianças menores de um ano, principalmente filhos de mães não vacinadas durante a gestação. O último pico significativo foi em 2014, com 8.620 casos e 127 óbitos.

Vacinação: a melhor prevenção

A vacina contra coqueluche está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e é aplicada principalmente em crianças e gestantes. O esquema vacinal infantil inclui três doses da vacina penta (aos 2, 4 e 6 meses), com reforços aos 15 meses e aos 4 anos. Gestantes recebem a vacina tríplice bacteriana acelular (dTpa) a partir da 20ª semana de gestação, garantindo proteção para o recém-nascido por meio de anticorpos transmitidos pela placenta.

Aumento em adolescentes

Um dado relevante de 2024 é o crescimento de casos na faixa etária de 10 a 14 anos, atribuído à redução da imunidade ao longo dos anos e à ampliação do acesso a testes diagnósticos. Os estados com maior número de casos incluem São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.

Esforços para recuperação da cobertura vacinal

Desde 2016, o Brasil tem enfrentado uma queda preocupante na cobertura vacinal. Em 2023, foram registradas taxas de 85,71% para a vacina penta e 78,28% para o 1º reforço da DTP, abaixo da meta de 95%. O Ministério da Saúde tem intensificado campanhas de conscientização, ações regionalizadas e combate à desinformação para reverter esse cenário.

A vacinação é crucial para proteger crianças e reduzir a transmissão da Bordetella pertussis, bactéria causadora da doença, cuja alta transmissibilidade exige vigilância constante e imunização ampla.