
Habitação acessível continua fora de alcance para muitos.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
O cenário da falta de moradia nos Estados Unidos tornou-se ainda mais alarmante em 2024, com um aumento de 18,1% na população sem-teto, conforme relatado por autoridades federais. Essa elevação significativa é atribuída a uma conjunção de fatores, incluindo a escassez de habitações acessíveis, os efeitos devastadores de desastres naturais e um aumento considerável no fluxo de migrantes em diversas áreas do país. O Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano (HUD) conduziu um censo em janeiro e constatou que mais de 770.000 indivíduos estavam registrados como sem-teto; é importante ressaltar que esse número não abrange aqueles que se encontram em situações temporárias, como viver com amigos ou familiares.
Esse aumento acentuado segue um crescimento de 12% no ano anterior, em 2023, que já havia levantado preocupações semelhantes. As causas desse crescimento foram, em grande parte, a elevação dos preços dos aluguéis, combinada com o término das assistências emergenciais que foram implementadas durante a pandemia. O HUD observou também que a demografia da população sem-teto é desproporcionadamente composta por indivíduos negros, revelando uma faceta preocupante da crise.
Entre os aspectos mais alarmantes dessa situação está o aumento de quase 40% na falta de moradia entre famílias, especialmente em grandes centros urbanos como Denver, Chicago e Nova York, que têm enfrentado um influxo de migrantes. Além disso, o número de crianças sem-teto cresceu 33% em comparação ao ano anterior, com quase 150.000 crianças enfrentando essa realidade em uma única noite de 2024.
Essa estatística é particularmente preocupante, pois crianças em situação de rua estão expostas a riscos significativos que podem comprometer seu desenvolvimento e bem-estar.
Desastres naturais, como o devastador incêndio em Maui, também desempenharam um papel crucial nesse aumento, com mais de 5.200 pessoas deslocadas para abrigos de emergência no Havai. Especialistas afirmam que a falta de investimentos em moradia acessível e em redes de proteção social é um dos principais motores que alimentam essa crise de falta de moradia. Além disso, várias comunidades têm adotado políticas rigorosas contra os sem-teto, o que pode agravar ainda mais a situação.
- Entretanto, nem tudo é negativo. Em uma nota mais encorajadora, a falta de moradia entre veteranos diminuiu 8% em 2024, demonstrando que, com a implementação de políticas adequadas e apoio financeiro direcionado, é possível conseguir avanços significativos na redução da população sem-teto.
Cidades como Dallas e Los Angeles também registraram progresso, conseguindo diminuir o número de indivíduos sem-teto em suas áreas. Isso indica que, embora o desafio seja imenso, há caminhos e soluções que podem ser explorados para enfrentar essa crise social.
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