EUA confirmam primeiro caso grave de gripe aviária em humanos

Infecção ocorreu após exposição a aves contaminadas; especialistas reforçam a necessidade de vigilância global.

Por Paloma de Sá |GNEWSUSA

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) confirmou o primeiro caso humano grave de gripe aviária H5N1 nos Estados Unidos. O paciente, hospitalizado no estado da Louisiana, foi infectado após contato direto com aves domésticas doentes. Este caso é um marco significativo na evolução do surto atual, que já causou infecções em aves selvagens, mamíferos e agora, pela primeira vez, em humanos de forma severa no país.

Origem da infecção e detalhes do caso

De acordo com as autoridades de saúde, o vírus envolvido pertence ao genótipo D1.1, identificado recentemente tanto nos EUA quanto no Canadá. Esse genótipo difere de outros que têm circulado em vacas leiteiras e granjas, os quais foram associados a quadros leves de conjuntivite em humanos. A infecção foi rastreada até um pequeno grupo de aves domésticas infectadas, mas a investigação sobre as circunstâncias detalhadas da transmissão ainda está em andamento.

O paciente apresentava sintomas graves no momento da hospitalização, incluindo febre alta e dificuldades respiratórias. Apesar disso, especialistas do CDC afirmam que não há evidências, até o momento, de transmissão sustentada de pessoa para pessoa, embora outros casos nos EUA não tenham sido ligados diretamente a fontes animais conhecidas.

Preocupações globais e impactos no monitoramento

Pesquisadores alertam que o caso ressalta o potencial de evolução do vírus, que tem demonstrado capacidade de adaptação entre espécies. A epidemiologista Meg Schaeffer, do Instituto SAS, afirmou que “a gripe aviária está batendo à nossa porta”, enfatizando o risco de uma pandemia emergente. Rebecca Christofferson, pesquisadora da Universidade Estadual da Louisiana, destacou que transmissões assintomáticas ou subnotificadas podem estar ocorrendo, exigindo.

Resposta e desenvolvimento de vacinas

Diante da ameaça crescente, os Estados Unidos já estocaram vacinas específicas contra o H5N1, e um estudo recente apontou resultados promissores de uma vacina experimental baseada em RNA mensageiro, que protegeu animais em testes preliminares. Além disso, autoridades estão coletando amostras de alimentos como leite cru, considerado um possível vetor de transmissão em surtos anteriores.

Cenário atual e recomendações

Desde abril deste ano, 61 casos de infecção por gripe aviária em humanos foram registrados globalmente, mas a maioria envolveu contato direto com aves infectadas. As autoridades recomendam medidas rigorosas de biossegurança em granjas, o uso de equipamentos de proteção individual por trabalhadores e maior conscientização pública sobre os riscos associados ao contato com aves selvagens e domésticas doentes.

Este caso reforça a importância de esforços coordenados entre nações para monitorar e conter surtos zoonóticos, que têm potencial de causar impactos significativos na saúde pública global.