
Ação resultou na destruição de equipamentos e apreensão de ouro; território já foi palco de confronto armado em setembro.
Por Ana Raquel GNEWSUSA
A Polícia Federal prendeu, nesta sexta-feira (20), sete pessoas em flagrante, acusadas de praticarem garimpo ilegal na Terra Indígena Sararé, localizada entre Conquista d’Oeste e Pontes e Lacerda, no Mato Grosso. A operação, que durou três dias, teve como objetivo combater a extração ilegal de ouro, inutilizar maquinários utilizados pelos criminosos e desocupar a área ocupada pelos garimpeiros.
Destruição de equipamentos e apreensão de materiais
Durante a operação, as equipes da Polícia Federal conseguiram inutilizar 14 escavadeiras hidráulicas, dois tratores, dois caminhões, cinco motos, um trator modificado para trafegar na mata fechada, além de motores estacionários e geradores de energia utilizados no garimpo. 163 gramas de ouro, três armas de fogo, uma motosserra e mais um motor estacionário também foram apreendidos pelas autoridades.
A Fundação Nacional do Índio (Funai), que encaminhou a solicitação da operação, relatou a gravidade da situação na Terra Indígena Sararé, onde centenas de garimpeiros estavam extraindo ouro de forma ilegal, além de cometerem outras violências ambientais e crimes no território.
Conflitos e violência no território
A região, habitada pelo povo Nambiquara, já foi palco de um grave confronto armado em setembro deste ano. Durante uma operação de combate ao garimpo ilegal, agentes do Ibama e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram atacados a tiros por garimpeiros. O tiroteio resultou na morte de cinco garimpeiros, que foram baleados pelas forças de segurança. A ação também resultou na apreensão de seis armas de fogo, incluindo um fuzil 556, uma submetralhadora, uma espingarda calibre 12, duas pistolas, e um revólver, além de munições e outros acessórios.
Desde 2021, mais de 1,9 mil hectares da Terra Indígena foram degradados devido à atividade de garimpeiros em busca de ouro. O Ibama já destruiu cerca de 200 escavadeiras no local desde o início de 2023, em uma tentativa de mitigar os danos ambientais.
Investigações em andamento
A Polícia Federal ainda não identificou os proprietários dos maquinários apreendidos, e investigações continuam para esclarecer as responsabilidades pelos crimes ambientais e pelo garimpo ilegal. O combate à exploração ilegal de recursos naturais continua sendo uma prioridade, com ações coordenadas entre diversas instituições, incluindo a Funai e o Ibama, para proteger os territórios indígenas e combater a criminalidade na região.
Desafios enfrentados pelos povos indígenas
O caso evidencia os crescentes desafios enfrentados pelos povos indígenas no Brasil, que têm seus territórios invadidos por garimpeiros ilegais, prejudicando tanto o meio ambiente quanto a segurança das comunidades locais. A presença constante de grupos armados e a exploração ilegal de recursos têm gerado tensões cada vez mais intensas, colocando em risco a vida e a cultura dos povos indígenas.
A Polícia Federal e outras autoridades prometem intensificar as operações para coibir o garimpo ilegal, com foco na proteção das terras indígenas e no combate aos crimes ambientais.
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