
O caso aconteceu em setembro, mas só agora a polícia de Louisville divulgou as imagens da câmara que o agente tinha no uniforme.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Em um incidente alarmante que ocorreu em setembro de 2023, mas que ganhou atenção recente após a divulgação de imagens de uma câmara no uniforme de um agente, uma mulher em situação de rua foi multada por acampamento ilegal enquanto estava em trabalho de parto. As imagens revelam o momento em que a mulher, visivelmente em dificuldades, tenta comunicar ao policial que está em uma situação de emergência.
Nas gravações, a mulher, que se encontrava em uma condição vulnerável, expressa sua urgência: “Estou à espera de uma ambulância. Posso estar entrando em trabalho de parto.”
Apesar do apelo angustiante, o policial, de maneira desdenhosa, responde: “Não acredito, nem por um segundo, que a senhora esteja entrando em trabalho de parto, mas chamei os serviços de emergência.” Essa declaração não apenas evidencia a falta de empatia do agente, mas também levanta questões sobre a formação e o julgamento dos policiais em situações que envolvem pessoas em situação de vulnerabilidade.
Antes que a ambulância chegasse, o agente entregou à mulher a multa, estabelecendo uma data para que ela comparecesse ao tribunal. Essa ação, realizada em um momento crítico, suscitou indignação entre ativistas e defensores dos direitos dos sem-abrigo, que criticaram a falta de sensibilidade do policial em uma situação que exigia compaixão e apoio.
Ryan Dischinger, advogado da mulher sem-abrigo, confirmou que ela realmente deu à luz a uma criança naquele dia, e enfatizou a gravidade da situação. “A criminalização da pobreza gera, inevitavelmente, ações repressivas, feias e ofensivas. O que ela precisava era de ajuda e compaixão. Em vez disso, foi tratada com violência,” declarou Dischinger, refletindo a indignação que muitos sentem diante de tais ocorrências.
- A polícia de Louisville, ao se deparar com a controvérsia, emitiu um comunicado afirmando que leva a sério qualquer situação envolvendo indivíduos vulneráveis, incluindo aqueles que enfrentam emergências médicas. Contudo, a declaração também sugere uma defesa da atuação do policial, mencionando que ele agiu de acordo com as informações disponíveis no momento.
A identidade da mulher e do agente não foi divulgada, mas sabe-se que, após o incidente, a mulher e seu recém-nascido encontraram abrigo e estão saudáveis. Este caso destaca não apenas a necessidade de uma abordagem mais humana e compreensiva em situações que envolvem pessoas em situação de rua, mas também a urgência de reavaliar práticas policiais que podem exacerbar a vulnerabilidade em vez de oferecer suporte.
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