Massoud Pezeshkian questiona nova lei aprovada pelo parlamento iraniano e alerta sobre riscos para a sociedade.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
O presidente do Irã, Massoud Pezeshkian, expressou preocupações quanto à nova lei aprovada pelo parlamento, que aumenta significativamente as penalidades contra mulheres que não usarem o véu islâmico em público. Durante entrevista à televisão estatal, Pezeshkian declarou: “Como pessoa responsável por promulgar esta lei, tenho muitas reservas sobre ela.”
A nova legislação, intitulada hijab e castidade, endurece as multas para mulheres que não cobrem os cabelos, com valores que podem chegar a 20 meses de salário médio em caso de reincidência. As penalidades incluem restrições como a proibição de saída do país e a suspensão de serviços públicos. O presidente, no entanto, demonstrou receio quanto aos impactos dessa medida: “Corremos o risco de prejudicar muitas coisas na sociedade”, afirmou.
Monitoramento e punições
A lei determina que mulheres sem véu sejam identificadas por câmeras de vigilância ou por denúncias feitas por cidadãos, motoristas de táxi e até estrangeiros residentes no país. Quem descumprir a norma poderá enfrentar multas, prisão ou outras sanções, incluindo a proibição de envio de imagens de mulheres sem véu para a mídia internacional.
Esse rigor no monitoramento gerou críticas e protestos nas redes sociais, tanto dentro quanto fora do Irã. Apesar disso, o parlamento, de maioria conservadora, pressionou pela aprovação da lei, que ainda depende da assinatura de Pezeshkian para entrar em vigor no próximo dia 13 de dezembro.
Promessa de mudança frustrada
Durante sua campanha presidencial, Pezeshkian prometeu retirar a polícia de moralidade das ruas, uma unidade envolvida na fiscalização do véu islâmico e diretamente ligada à prisão e morte de Mahsa Amini em setembro de 2022. Embora a unidade tenha desaparecido das ruas após os protestos, ela nunca foi oficialmente extinta.
Na época, enquanto atuava como deputado, Pezeshkian foi crítico à conduta das autoridades no caso de Mahsa Amini e, agora, reforça sua posição contra medidas que possam “desagradar à nação”. A morte de Amini desencadeou manifestações em todo o país, impulsionando o movimento de mulheres que rejeitam o uso obrigatório do véu.
Leia mais
Delegação do governo Milei visita São Paulo e se reúne com Tarcísio
María Corina pede apoio do Brasil para reconhecer Edmundo González como presidente
Polícia Civil de Pernambuco desarticula quadrilha especializada em golpe do Pix

Faça um comentário