
Quase 3.000 casos em quatro semanas e primeiras mortes confirmadas no país.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
Nas quatro primeiras semanas de 2025, o Brasil registrou 2.791 casos de febre do Oropouche, com a maior parte das ocorrências no Espírito Santo (2.652 casos). Outros estados também relataram infecções: 99 no Rio de Janeiro, 30 em Minas Gerais, além de registros na Paraíba, Ceará, Paraná e Roraima. O avanço da doença preocupa as autoridades sanitárias, que reforçam a necessidade de prevenção e vigilância epidemiológica.
A febre do Oropouche é causada pelo vírus Orov, um arbovírus do gênero Orthobunyavirus. A transmissão ocorre, principalmente, através da picada do mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. No meio urbano, o Culex quinquefasciatus (pernilongo comum) também pode ser um vetor da doença.
Sintomas e primeiros óbitos no Brasil
Os sintomas da febre do Oropouche são semelhantes aos da dengue e incluem febre alta de início súbito, dor de cabeça intensa, dores musculares e nas articulações, tontura, náuseas e vômitos. A maioria dos casos evolui de forma benigna, mas algumas pessoas podem desenvolver complicações neurológicas, como meningite asséptica e meningoencefalite, além de manifestações hemorrágicas.
Em 2024, foram registradas as primeiras mortes associadas à febre do Oropouche no mundo, ambas na Bahia. As vítimas eram jovens saudáveis, sem comorbidades ou gestação. Elas apresentaram sintomas graves, incluindo dor abdominal intensa, sangramento e queda severa da pressão arterial.
Crescimento da doença e medidas de controle
Historicamente, a febre do Oropouche era registrada com maior frequência na Região Amazônica, mas nos últimos anos sua disseminação tem aumentado para outras regiões do Brasil. Em 2023, o Ministério da Saúde ampliou a testagem para diagnóstico da doença, o que pode explicar parte do aumento dos casos notificados.
Como não há tratamento específico, as medidas de controle focam na prevenção e redução da exposição aos vetores. Entre as recomendações, estão:
- Uso de repelentes e roupas que cubram a pele, especialmente em áreas endêmicas;
- Eliminação de criadouros do mosquito, como locais com matéria orgânica acumulada;
- Instalação de telas em portas e janelas para evitar a entrada dos insetos.
A febre do Oropouche tem se tornado um novo desafio de saúde pública no Brasil, exigindo atenção das autoridades para evitar sua disseminação e complicações mais graves na população.
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